Foto: Matt Nash
Aproximadamente 30 ativistas se reuniram na Praça dos Mártires, em Beirute na última semana, exigindo o fim do sistema político sectário do Líbano, alegando que todas as lutas enfrentadas no país, são motivadas por religião e política, e que esta discriminação deve acabar, porque não há um partido político sequer no Líbano, que não seja sectário.
A organização do ato de protesto deu inicio nas redes sociais, ainda no mês de Julho, e afirma que ainda que o grupo seja pequeno, eles não se sentiram dissuadidos, porque o primeiro passo é abrir uma abertura na parede do medo, e deixar o movimento rolar de forma natural, pois ele vai crescer gradativamente e ganhar força, à medida que a sociedade compreender os benefícios do propósito de um protesto pacífico em prol do Estado e da sociedade como um todo.
Um dos organizadores, conhecido por ter escrito dois livros, um mencionando o sectarismo e o outro, justificando a sua saída do Hezbollah, tem sido alvo de críticas e acusado de estar liderando um novo movimento sectário de ativismo, contra o Hezbollah. No entanto, o jovem se defende, alegando, que suas ações vêm sendo mal interpretadas por pessoas que ainda não conseguiram entender o propósito do ato, porque ainda não conseguem enxergar o real foco da motivação, mas que ainda assim, isso vem a ser acrescido como positivo, porque significa que eles estão atingindo mentes e corações endurecidos pelo preconceito sectário.
Movimentos desse gabarito, não é novidade no Líbano, outros realizaram o mesmo anteriormente, porém enfraqueceram falharam, por falta de percepção de impacto, e por não saber como construir um objetivo concreto sobre o movimento, que acabou se perdendo e se dissolvendo. O organizador alega que um passo de cada vez deve ser dado, que as quedas são inevitáveis, mas são elas que trarão amadurecimento para atingir o sucesso do movimento.
Há muitas demandas a serem pleiteadas ainda no Líbano, mas quando se mistura tudo de uma só vez, sem estratégia, sem planejamento e sem perseverança, o movimento se transforma num emaranhado confuso de ideias e pautas, onde nada se resolve, apenas é rolado de um lado para o outro, como uma bola de neve. Cada demanda deve ser pleiteada em seu respectivo momento, com paciência e insistência. E a união de todos os engajados é que provará que a sociedade tem poder de mudar o país, sem guerras, sem armas, sem separatismos, e acima de tudo: Sem sectarismo!
Claudinha Rahme
Gazeta de Beirute
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