Foto: atlas tour
O Vale do Bekaa é uma área histórica e milenar, um vale cultivado há mais de 6000 mil anos, cujas terras férteis, abrigaram antigas civilizações em toda a região. Os fenícios se instalaram no Bekaa, há mais de 7000 mil anos, e de lá saíram em direção ao litoral, chegando às costas do Mediterrâneo. Outras civilizações, como os egípcios, gregos, romanos, bizantinos, cruzados, árabes, otomanos e outros, também deixaram suas marcas neste vale.
O vale do Bekaa está localizado entre as cordilheiras do Monte Líbano e Anti-Líbano, e centenas de pequenas cidades, e vilarejos, formam este grande museu a céu aberto. A terra em meio ao vale é toda cultivada, e nela se planta batata, trigo, beterraba branca, e as uvas, que se transformam nos vinhos de alta qualidade existentes no Líbano, as melhores vinícolas libanesas, estão localizadas no Bekaa.
A estrada que leva o turista ao vale do Bekaa é conhecida como Estrada de Damasco, ela começa em Beirute, atravessa algumas cidades das montanhas do Monte-Líbano, em direção à fronteira da Síria, que fica a 68 km de Beirute. Do alto da montanha de Dahr Al-Baida, já se pode ter um panorama espetacular do vale, tão colorido como se fosse um ''quadro pintado a céu aberto".
Geralmente, neste ponto do trajeto, diversos turistas costumam fazer paradas, para fotografar a bela paisagem do “Vale Mágico". Já na planície, obrigatoriamente, passa-se por Chtaura, que fica há 44 km de Beirute, onde o turista se deslumbra com a variedade de cafés árabes, e os fornos, onde se pode provar os deliciosos manouches libaneses, que se assemelham a uma pizza libanesa, e são recheados com queijo, carne, Zaatar, além das deliciosas esfihas.
Continuando o trajeto, passa-se por outro lugar bem conhecido pelos brasileiros, BAR ELIAS, local escolhido por várias famílias de “brasi-libaneses”, que ali fixaram residência. A 5 km de Masnaa, fronteira de Damasco, na Síria, basta entrar à esquerda, e poucos minutos depois, chega-se as famosas e belíssimas ruínas de Anjar.
A visita às ruínas de Anjar leva o turista ao passado, mais precisamente, ao século VIII. Entre outros monumentos, ali se encontram as ruínas do Castelo do Califa, Wallid Ben Abdul Malek, construído no século VIII, prova de que por ali, começaram a chegar os primeiros mulçumanos, que no futuro iriam chegar ao ocidente, e à Península Ibérica. O palácio é cercado por muralhas, com quatro entradas, e quatro colunas, entrando pelas vias margeadas por lindas arcadas, construídas com material do período romano e bizantino.
Terminado a visita às ruínas, segue-se em direção a uma cidade linda e pitoresca, encravada aos pés de uma montanha do Anti-Líbano, bem na divisa com a Síria. A cidade é muito bem ornamentada com belos jardins, bem pavimentada e às margens de grandes riachos, com criadouros de peixes de água doce, como as trutas, que constituem o prato principal local, servido em quase todos os restaurantes, em meio à quedas d'água, num lindo espetáculo visual.
Há poucos km do centro, passeando entre alamedas arborizadas, e ao som de belas cascatas, chega-se à fonte de Anjar, que é uma das principais formadoras do Rio Litani. A cidade foi fundada por armênios, que ainda hoje, constituem a grande maioria dos moradores de Anjar. Segundo nos conta a história, em 1915, os armênios chegaram nesta região fugindo do genocídio Otomano, e hoje eles formam a grande maioria dos moradores locais, onde são prósperos comerciantes da cidade, que ainda oferece algumas pousadas, muitos restaurantes, cafeterias, e acima de tudo, muitas belezas naturais. Bem vindos a Anjar!
Zilda Naves - Guia de turismo
ladyzil@hotmail.com
Gazeta de Beirute
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