O Governo da Nicarágua, através do Ministério Agropecuário e Floresta (Magfor), delimitou as áreas onde os produtores de café podem cultivar e comercializar café robusta, uma variedade de grão que inquieta muitos produtores, porque teme que afete a variedade arábica.
Somente em algumas áreas de El Coral e El Almendro, na Região Autônoma do Atlântico Sul (RAAS), e da Região Autônoma do Atlântico Norte (RAAN), poderão ser cultivados e comercializados os grãos da variedade robusta, segundo acordo ministerial do Magfor. Em áreas protegidas, como Bosawás, Cola Blanca, Cerro Bolivia, Cerro Banacruz, Wawashang e Río Indio Maíz, entre outras, não poderá ser cultivada nem comercializada essa variedade, e no RAAN se exclui também a região de Waslala.
Na Nicarágua, 180.000 manzanas (126.792 hectares) são destinados à produção de café, onde se geram 700.000 postos de trabalho. Segundo o acordo, o beneficiado do café robusta será delimitado à área estabelecida para sua produção ao alcançar níveis de produção acima de 46.000 sacas de 60 quilos, ou quando tiver passado quatro anos a partir da entrada em vigência do acordo.
O ex-presidente da Associação de Cafeicultores de Matagalpa (Asocafemat) e da União de Produtores Agropecuários da Nicarágua (Upanic), Julio Solórzano, disse que se houver regiões aptas para o cultivo de café robusta pode-se fazer, mas é necessário deixar claro aos produtores uma série de dúvidas sobre essa variedade. Ele é contra a superprodução dessa variedade, porque poderia substituir o café imperfeito (café não exportável) que é consumido no país. O café imperfeito representa 20% da produção na Nicarágua e é vendido no mercado nacional a um preço cerca de 50% menor do que no mercado de exportação.
O consultor individual, Félix Cáceres, com 26 anos de experiência no café, disse que há um desconhecimento sobre o café robusta entre os produtores. Eles temem que se possa cruzar com café arábica, mas Cáceres explicou que isso é impossível, porque ambas as variedades têm características genéticas diferentes. “Não há possibilidade de se cruzarem de forma natural, somente em laboratório”.
Tampouco existe a possibilidade de que os grãos de ambas as variedades se combinem para exportar, porque têm características diferentes, inconfundíveis, argumentou. Cáceres disse que o robusta é mais resistente a doenças, inclusive à ferrugem, e provoca menos contaminações ao precisar de menos fungicida e evitar a despolpa, o que no caso do café arábica, é obrigatória.
Ao contrário, os custos de produção são mais baixos, porque embora em uma manzana (0,704 hectares) de café arábica se tenham que cultivar de 4.000 a 5.000 mudas, em uma manzana de café robusta se cultivam 1.900 mudas.
“Restringi-lo é mais um assunto de caráter político que técnico”, disse ele, que considera que o café robusta é um produto que beneficiaria mais aos pequenos produtores e que a Nicarágua pode cultivar sem deixar de cultivar café arábica.
A reportagem é do http://www.elnuevodiario.com.ni, adaptada pelo CafePoint
Somente em algumas áreas de El Coral e El Almendro, na Região Autônoma do Atlântico Sul (RAAS), e da Região Autônoma do Atlântico Norte (RAAN), poderão ser cultivados e comercializados os grãos da variedade robusta, segundo acordo ministerial do Magfor. Em áreas protegidas, como Bosawás, Cola Blanca, Cerro Bolivia, Cerro Banacruz, Wawashang e Río Indio Maíz, entre outras, não poderá ser cultivada nem comercializada essa variedade, e no RAAN se exclui também a região de Waslala.
Na Nicarágua, 180.000 manzanas (126.792 hectares) são destinados à produção de café, onde se geram 700.000 postos de trabalho. Segundo o acordo, o beneficiado do café robusta será delimitado à área estabelecida para sua produção ao alcançar níveis de produção acima de 46.000 sacas de 60 quilos, ou quando tiver passado quatro anos a partir da entrada em vigência do acordo.
O ex-presidente da Associação de Cafeicultores de Matagalpa (Asocafemat) e da União de Produtores Agropecuários da Nicarágua (Upanic), Julio Solórzano, disse que se houver regiões aptas para o cultivo de café robusta pode-se fazer, mas é necessário deixar claro aos produtores uma série de dúvidas sobre essa variedade. Ele é contra a superprodução dessa variedade, porque poderia substituir o café imperfeito (café não exportável) que é consumido no país. O café imperfeito representa 20% da produção na Nicarágua e é vendido no mercado nacional a um preço cerca de 50% menor do que no mercado de exportação.
O consultor individual, Félix Cáceres, com 26 anos de experiência no café, disse que há um desconhecimento sobre o café robusta entre os produtores. Eles temem que se possa cruzar com café arábica, mas Cáceres explicou que isso é impossível, porque ambas as variedades têm características genéticas diferentes. “Não há possibilidade de se cruzarem de forma natural, somente em laboratório”.
Tampouco existe a possibilidade de que os grãos de ambas as variedades se combinem para exportar, porque têm características diferentes, inconfundíveis, argumentou. Cáceres disse que o robusta é mais resistente a doenças, inclusive à ferrugem, e provoca menos contaminações ao precisar de menos fungicida e evitar a despolpa, o que no caso do café arábica, é obrigatória.
Ao contrário, os custos de produção são mais baixos, porque embora em uma manzana (0,704 hectares) de café arábica se tenham que cultivar de 4.000 a 5.000 mudas, em uma manzana de café robusta se cultivam 1.900 mudas.
“Restringi-lo é mais um assunto de caráter político que técnico”, disse ele, que considera que o café robusta é um produto que beneficiaria mais aos pequenos produtores e que a Nicarágua pode cultivar sem deixar de cultivar café arábica.
A reportagem é do http://www.elnuevodiario.com.ni, adaptada pelo CafePoint
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