“O voto não filtra caráter”
“Wanderley Guilherme dos Santos é, há meio século, uma das vozes mais influentes na Ciência Política brasileira. Aos 27 anos de idade, em 1962, lançou um artigo de ampla repercussão, com o seguinte título: Quem vai dar o golpe no Brasil? Dois anos depois, a análise se mostraria dramaticamente realista. O golpe derrubou o presidente João Goulart e mergulharia o país em 21 anos de ditadura. Professor, analista político, integrante do Conselho de Orientação do Ipea e ex-presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa, Wanderley Guilherme dos Santos fala da situação política do país, dos partidos e do funcionamento da democracia brasileira. Entre outras coisas ele lembra que “A corrupção não está no DNA das pessoas, mas na sociedade. A competição por recursos às vezes extrapola os limites da legalidade”
Rogério Lessa Benemond
Rogério Lessa Benemond
Wanderley Guilherme
Desenvolvimento - Como seria uma reforma política para amenizar distorções no sistema democrático?
Wanderley Guilherme - Vários pontos podem ser discutidos. Um exemplo: acabar com a figura do suplente. Ele às vezes é um filho ou o financiador da campanha, que não teve um voto sequer. Outro ponto é discutir o financiamento de campanha e as alianças. O voto não filtra caráter. Além disso, falta encarar o maior problema de todos, que é a constitucionalização de todo o território.
Desenvolvimento - O que quer dizer constitucionalização de todo o território?
Desenvolvimento - O que quer dizer constitucionalização de todo o território?
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