quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Registro de estrangeiros poderá ficar com Ministério da Saúde


Registro de estrangeiros poderá ficar com Ministério da Saúde

Comissão mista do Congresso aprovou texto final do relator sobre a MP 621/13, que instituiu o programa Mais Médicos. Se confirmado pelos plenários da Câmara e do Senado, o registro dos médicos estrangeiros passará a ser atribuição do Ministério da Saúde, e não dependerá mais dos conselhos regionais de medicina, os principais opositores do programa. O texto do relator propõe uma série de outras modificações no original, como a necessidade de revalidação do diploma dos estrangeiros após quatro anos no programa. Por Najla Passos.

Brasília - A comissão mista criada pelo Congresso para analisar a medida provisória 621/13, que instituiu o programa Mais Médicos, aprovou o texto final pelo relator, deputado Rogério Carvalho (PT-PE). Se confirmado pelos plenários da Câmara e do Senado, o registro dos médicos estrangeiros passará a ser atribuição do Ministério da Saúde, e não dependerá mais dos conselhos regionais de medicina, os principais opositores do programa, conforme está previsto no texto original enviado pelo governo.

O líder do governo no Senado, José Pimentel (PT-CE), salientou que a medida se destina à população mais pobre e garantiu que o programa conta com apoio popular. “O Mais Médicos é uma necessidade dos brasileiros, em especial dos mais pobres e dos pequenos municípios. As pesquisas de opinião pública dos mais variados institutos demonstram que mais de 70% da sociedade brasileira aprova o Mais Médicos”, afirmou.

O texto do relator propõe uma série de outras modificações no original, negociadas com deputados e senadores, como a necessidade de revalidação do diploma dos estrangeiros após quatro anos de trabalho no Programa. E estabelece uma forma de avaliação das habilidades e práticas médicas a cada dois anos. “Criamos uma nova modalidade de residência médica que vai servir de pré-requisito para nós formarmos médicos com capacidade na área de urgência e emergência, na área de atenção primária”, explicou o relator. 

A proposta mantém a bolsa formação de R$ 10 mil para os médicos participantes e cria 11,8 mil vagas para residência médica até o fim de 2018. 

Determina, ainda, que o funcionamento e abertura de novos cursos de medicina vão depender da implantação de diretrizes curriculares nacionais que vão ser definidas pelo Conselho Nacional de Educação.

Cria, ainda, o Fórum Nacional de Ordenação de Recursos Humanos na Saúde, um órgão consultivo vinculado ao Ministério da Saúde, formado por representantes do governo e da sociedade civil. O objetivo, segundo Carvalho, “é permitir ao governo discutir permanente com a sociedade sobre o ordenamento dos recursos humanos na área de saúde”.

Sete dos oito destaques apresentados por integrantes da comissão foram rejeitados. O destaque acatado, do deputado Eleuses Paiva (PSD-SP), mantém a prerrogativa de sociedades de especialistas conferirem títulos da respectiva especialidade após a aprovação do candidato em exames específicos. A proposta do relator era que a residência médica fosse a única forma de especialização dos médicos.

Contrários ao programa, os parlamentares de oposição alegaram que o presidente da comissão mista, senador João Alberto Souza (PMDB-MA), desrespeitou o regimento, prejudicando a apreciação dos destaques. Por isso, tentarão modificar o projeto no plenário da Câmara. “Lá, o presidente sabe cumprir o regimento e teremos um bom debate. Vai ter resistência para que se dê conhecimento à sociedade do absurdo que está sendo feito”, disse o líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado (GO). 

O projeto passa a trancar a pauta a partir de 5/11 e já deve ser colocada em votação na próxima semana.

(*) Com informações da Agência Câmara e da Agência Brasil

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