terça-feira, 16 de setembro de 2014

Fome afeta 805 milhões de pessoas no mundo e Brasil é exemplo no combate ao problema



Adital
O Relatório Anual sobre o Estado da Insegurança Alimentar no Mundo 2014 (SOFI, por sua sigla em inglês), divulgado pela FAO [Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação], revela a quantidade atualizada de pessoas que sofrem com a fome no mundo. América Latina e Caribe são apontados como tendo os maiores progressos no combate à fome.
A FAO informa que em 2013 um total de 805 milhões de pessoas, cerca de uma em cada oito pessoas no mundo, sofria de fome crônica, ou seja, pessoas que não comem o suficiente para terem uma vida ativa. É verificada uma queda de mais de 200 milhões de seres humanos nessa situação desde 1990 e de 100 milhões na última década.
EOSOFI deste ano inclui sete estudos de caso - Bolívia, Brasil, Haiti, Indonésia, Madagascar, Malawi e Iêmen - que colocam em relevo algumas das formas em que os países abordam a fome e como os eventos externos podem influir em sua capacidade para cumprir com o alcance dos objetivos de segurança alimentar e nutrição. Esses países foram escolhidos devido à sua diversidade política, econômica – em particular, o setor agrícola - e à suas diferenças culturais.

Programa Bolsa Família é dos projetos que têm contribuído para a erradicação da pobreza no Brasil.


O Programa Fome Zero, do Brasil, que situou a conquista da segurança alimentar no centro da agenda governamental, é, segundo a FAO, a base do progresso que levou o país a alcançar tanto os ODM como os objetivos da CMA (Cúpula Mundial sobre Alimentação). Os atuais programas de erradicação da pobreza extrema no Brasil se baseiam no enfoque de vincular políticas para a agricultura familiar com a proteção social de forma muito inclusiva.
A Bolívia, por exemplo, criou instituições para envolver uma ampla gama de partes interessadas, em particular os povos indígenas antes marginalizados. O Haiti, onde mais da metade da população sofre de subalimentação crônica, continua lutando para recuperar-se dos efeitos do devastador terremoto de 2010. O informe da FAO assinala como o país adotou um programa nacional para fortalecer os meios de vida e melhorar a produtividade agrícola, favorecendo o acesso dos pequenos agricultores familiares aos insumos e serviços.
Nas regiões em desenvolvimento, como a América Latina e Caribe, são constatados pela FAO avanços significativos rumo à concretização da meta do primeiro Objetivo de Desenvolvimento do Milênio (ODM 1) relativa à fome. Se a taxa de diminuição anual média registrada durante os últimos 21 anos se mantiver até 2015, a prevalência da subalimentação chegará a um nível próximo da meta. Entretanto, para alcançá-la, a FAO afirma que seria necessário realizar grandes esforços adicionais de maneira imediata.
"O crescimento pode permitir aumentar as rendas e reduzir a fome, mas um maior crescimento econômico pode não chegar a todos. Ademais, pode ser que não desemboque tampouco em mais e melhores postos de trabalho para todos, a menos que as políticas se dirijam especificamente aos pobres, sobretudo os das zonas rurais. Nos países pobres, a redução da fome e da pobreza será alcançada, unicamente, se o crescimento é não apenas sustentável, mas também amplamente compartilhado”, assinala a organização.
Apesar dos progressos globais, persistem marcadas diferenças entre as regiões, de acordo com o estudo. A África Subsaariana continua sendo a região com maior prevalência da subalimentação, com avanços modestos nos últimos anos. A Ásia Ocidental não mostra progressos, enquanto que a Ásia Meridional e a África do Norte mostram progressos lentos. Na maioria dos países da Ásia Oriental e Sul-Oriental, bem como na América Latina, têm ocorrido reduções significativas tanto da prevalência da subalimentação como do número estimado de pessoas subalimentadas.

Incentivo à agricultura familiar é uma das medidas apontadas pela FAO para combater a pobreza e a fome


O relatório aponta que, para reduzir a fome, é fundamental um compromisso no longo prazo que permita uma integração da segurança alimentar e da nutrição nas políticas públicas. Afirma também que a agricultura e a segurança alimentar devem ter lugar de destaque como medidas protetivas e de combate à pobreza e desnutrição. A FAO alerta ainda que políticas que aumentam a capacidade de produção agrícola de pequenas famílias de agricultores fazem toda a diferença no combate á pobreza.
Para saber mais sobre o relatório acesse:http://www.fao.org/publications/sofi/en/

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