Vitória, no século XIX, era uma cidade de casarios coloniais e ruas e ladeiras escuras e estreitas. Nela, e em seus arredores, se concentrava a maior parte dos capixabas, que conviviam nos caminhos de terra e do mar. Nos espaços das praças, chafarizes, armazéns, comércios, igrejas e clubes, o cotidiano se desenrolava. Com início no Brasil Colônia, passando pelo Império e República, a história de Vitória completa, nesta segunda-feira (08), 463 anos. Rememorar a pequena e bucólica cidade do passado torna-se possível por meio das imagens capturadas pelos fotógrafos da época. Dentre eles, destaca-se o francês Victor Frond, que fez os primeiros registros existentes do município. Lembranças essas presentes no acervo do Arquivo Público do Estado do Espírito Santo (APEES).
As fotografias da cidade de Vitória feitas por Victor Frond (1821-1881) são do ano de 1860 e trata-se de uma série de panoramas. Frond era oriundo de uma família camponesa da região de Lot, no sul da França. Antes de exercer seu novo ofício ele atuou como subtenente na 4ª Companhia do Batalhão do Corpo de Bombeiros de Paris. Foi militante republicano e participou de barricadas e revoltas. Em 1852 foi preso e sentenciado com a pena máxima, sendo deportado para a Argélia. Empreendeu uma fuga do cativeiro norte africano e exilou-se na Inglaterra, onde reencontrou seus companheiros de luta. Após, transferiu-se para Portugal e estudou fotografia.
Ao chegar ao Brasil, Frond montou um ateliê, recebendo o reconhecimento da Casa Imperial e tornando-se um dos fotógrafos do imperador. Foi considerado um dos melhores profissionais do ramo na época e ganhou renome com a publicação do livro “Brasil Pitoresco”, contendo fotografias de sua autoria realizadas no Rio de Janeiro e fazendas de escravos do interior daquela província. Victor Frond foi o primeiro a registrar fotograficamente o cotidiano dos escravos nas lavouras fluminenses e a produção agrícola nacional.
Após o sucesso dos primeiros volumes o projeto se expande tendo como meta retratar e descrever outras províncias do Brasil, principalmente as de Pernambuco e Bahia. O Espírito Santo também é inserido nesse roteiro. Frond é então contratado pelo governo imperial, com recursos do Departamento Geral de Terras, para excursionar pelo interior, seguindo o mesmo itinerário trilhado pelo monarca Dom Pedro II nas terras capixabas, incluído a província no projeto foto-publicista do “Brasil Pitoresco”.
Acervo de imagens do APEES
Para conhecer mais essa e outras imagens e histórias que formam a memória capixaba, o Arquivo Público dispõe de um banco com aproximadamente 50 mil fotografias, abrangendo o período de 1908 a 1979. Nelas há registros dos atos oficiais dos governadores, paisagens, arquitetura urbana, festas populares, cinemas e o cotidiano das cidades. A digitalização pode ser solicitada na sede do APEES localizada à Rua Sete de Setembro, nº414, no Centro de Vitória.
Informações à imprensa:
Arquivo Público do Estado do Espírito Santo
Jória Motta Scolforo
Cilmar Franceschetto
3636-6117/99633-3558
comunicacao@ape.es.gov.br
Facebook:Arquivo Público do Estado do Espírito Santo
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