Cerca de 80 funcionários da ÓTV, da empresa do GRPCOm, o maior grupo de comunicação do Paraná, foram demitidos e informados que a emissora será desativada, neste sábado (13); é que aponta o Blog do JJ; outro veículo que integra do GRPCom, o jornal de maior circulação no Paraná, Gazeta do Povo, publicou duas atas em suas páginas, informando o seu aumento de capital de R$ 500 mil para R$ 49,4 milhões; no entanto, deste total, R$ 48,9 milhões servirão para a "absorção de prejuízos acumulados" – ficando o capital da empresa no montante de pouco mais de R$ 1,5 milhão
12 DE DEZEMBRO DE 2014 ÀS 16:16
Paraná 247 – Cerca de 80 funcionários da ÓTV, da empresa do GRPCom, o maior grupo de comunicação do Paraná, foram demitidos e informados que a emissora será desativada, neste sábado (13). É que aponta o Blog do JJ.
Outro veículo que integra do GRPCom, o jornal de maior circulação no Paraná, Gazeta do Povo, publicou, nesta quinta-feira (11), duas atas em suas páginas, informando o seu aumento de capital de R$ 500 mil para R$ 49,4 milhões.
No entanto, deste total, R$ 48,9 milhões servirão para a “absorção de prejuízos acumulados” – ficando o capital da empresa no montante de pouco mais de R$ 1,5 milhão.
Leia o texto na íntegra:
Ontem, cerca de 80 funcionários da ÓTV, empresa do GRPCom (maior grupo de comunicação do Paraná), foram demitidos e informados que a emissora será desativada. Criada para ser “a emissora de Curitiba” e formadora de novos profissionais para a TV, a ÓTV sai do ar no próximo sábado (apesar a qualidade de sua programação), o que é lamentável.
Ontem, também, o jornal Gazeta do Povo (o de maior circulação no Paraná, segundo o IVC, e também integrante do GRPCom) publicou duas atas em suas páginas, informando o seu aumento de capital de R$500 mil para R$49,4 milhões, sendo que deste total R$48,9 milhões servirão para a “absorção de prejuízos acumulados” – ficando o capital da empresa no montante de pouco mais de R$1,5 milhões.
O GRPcom é dono dos dois maiores jornais de Curitiba – Gazeta do Povo e Tribuna -, assim como do Jornal de Londrina, das rádios 98FM e Mundo Livre FM, da HDView e da RPC TV (com emissoras de TV, afiliadas à Globo, em Curitiba, Ponta Grossa, Londrina, Maringá, Cascavel, Fpz do Iguaçu, Guarapuava e Paranavaí).
Desconheço as causas do grande prejuízo da Gazeta, mas me parece que a perda de leitores do jornal impresso, que teve por consequência a redução do volume de anúncios, deve ser uma das causas.
Comentei várias vezes, com diretores e funcionários da Gazeta, que o jornal online não poderia jamais reproduzir de graça tudo que está no jornal impresso – a não ser para assinantes.
Também comentei que colocar os classificados gratuitamente no online acabaria com as vendas em banca, especialmente nos domingos. E comentei antes do fato consumado. Atualmente a venda em banca é pequena e a circulação e número de assinantes caem mês após mês. O que preocupa muito aos anunciantes.
É uma pena que os problema da Gazeta do Povo (que foi minha cliente por 13 anos, quando ainda nem tinha um departamento de marketing, e anos mais tarde com a contratação ao Laerte Ferraz, que é competente no assunto) gerem o desemprego de mais e mais jornalistas e fotógrafos, quando o problema – me parece claro – está na ineficiência dos departamentos comercial e do marketing.
Sei que os tempos são outros (quando eu atendia o jornal, a internet engatinhava neste meio), mas não são poucos os anunciantes que reclamam do atendimento do jornal e de seus preços (que não se reduziram na proporção em que a circulação se reduziu).
O problema é sério e só se solucionará com o aumento da circulação do jornal impresso, pois o digital só acumula prejuízos (em jornais do mundo todo, menos o Los Angeles Times, onde o digital para as contas do impresso).
Reconquistando leitores de verdade (sem somar à realidade do impresso os leitores da web, que raramente veem os anúncios), a Gazeta reconquistará os anunciantes, com credibilidade auditada e um programa profissional de relações públicas para tornar o jornal mais simpático para este target dos anunciantes e agências.
Torço, de coração, para que os donos da Gazeta do Povo percebam que é legal investir no digital, mas, hoje em dia, o que pode gerar lucros é o jornal impresso, com circulações mais expressivas em todos os dias da semana, de um jornal muito, mas muito conectado com a realidade local e que valorize os leitores, as empresas, os profissionais, as artes e a cultura do Paraná.
E lamento que a corda tenha sido roída na menor e talvez mais promissora empresa do GRPCom (tirando a RPC TV, que a Globo carrega com facilidade), que foi a ÓTV, que formou vários profissionais de qualidade para a TV, nos poucos meses que teve de vida e que não devia ter um custo assustador para empresários do porte dos três principais acionistas do GRPCom.
Quem paga as contas e dá lucro a um jornal são os seus anunciantes e seus leitores. Não se pode ignorar esta realidade.
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