- 28/01/2015 15h18
- Rio de Janeiro
Vinícius Lisboa - Repórter da Agência Brasil Edição: Beto Coura
O risco relativo de um adolescente negro ser vítima de homicídio, em 2012, era quase três vezes maior que o de um branco. A conclusão é dos responsáveis por uma pesquisa feita pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância, o Observatório de Favelas e o Laboratório de Análise de Violência da Universidade do Estado do Rio.
De acordo com a pesquisa, os jovens negros de 12 a 18 anos correm 2,96 vezes mais risco de ser vítimas de homicídio. A taxa de risco é obtida da relação entre a taxa de homicídios em adolescentes brancos e negros. Em 2011, o número ficou em 3,08.
A diferença é a segunda menor da série iniciada em 2005. A maior foi em 2008 quando chegou a registrar quatro vezes mais chances de homicídio para negros. A pesquisa divulgada hoje (28) tem como base o banco de dados do DataSUS e os indicadores populacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
A ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Nina Gomes, acredita que a situação seja complexa e envolva o enfrentamento ao racismo: "Esse dado reafirma a urgência do debate sobre a igualdade racial e o enfrentamento do racismo. É uma questão de Estado, e não de municípios ou de determinados grupos", disse.
Para a ministra da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, Ideli Salvati, os números são preocupantes: “A desigualdade está caracterizada de forma muito clara no mapa da violência. Há desigualdade de raça, de gênero e com um corte de classe".
A pesquisa mostra que os adolescentes do sexo masculino têm 11,92 vezes mais chances de serem mortos do que as do sexo feminino. A diferença cresceu em relação a 2011, quando era 10,3.
Outra conclusão do estudo é que as chances de morrer vítima de arma de fogo é 4,67 vezes maior do que por outros instrumentos, o menor patamar da série iniciada em 2005. Em 2009, o risco era 6,17 vezes maior.
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