segunda-feira, 22 de junho de 2015

Novas regras sanitárias diminuem barreiras para agroindústrias familiares comercializarem seus produtos

22/06/2015 10:25
Medidas foram anunciadas no lançamento do Plano Safra 2015/2016, 
nesta segunda-feira (22)

Brasília, 22
 - Abrir novos mercados para as agroindústrias familiares de pequeno 
porte e de processamento artesanal. Este é o objetivo do decreto e das instruções 
normativas divulgados nesta segunda-feira (22), no lançamento do Plano Safra
 2015/2016, em Brasília. As ações estabelecem regras e normas de qualidade
 específicas para agroindústrias de pequeno porte e assim garantem a mesma 
qualidade exigida de uma grande agroindústria pelo Sistema Único de Atenção 
à Sanidade Animal (Suasa).
"A regulamentação cria um ambiente muito mais favorável para os pequenos 
negócios regionais baseados na produção e oferta de alimentos, dialogando 
diretamente com as políticas de inclusão produtiva rural do governo federal. 
Com isto, as normas passam a contribuir ainda mais para a permanência dos
 jovens no campo e a valorizar as atividades desenvolvidas pelas mulheres no
 meio rural. Isto porque, em programas como o de Aquisição de Alimentos, por
exemplo, a participação destes públicos já representa parcela significativa", 
observa o secretário nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério 
do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Arnoldo de Campos.
Além disto, as novas normas valorizam os aspectos culturais e tradicionais da 
produção familiar. “O Brasil é um país privilegiado pela sua diversidade natural,
 social e cultural, que se reflete também na produção de alimentos, com características
 e valores associados a qualidades nutricionais, culturais e gastronômicos únicos. 
Ao mesmo tempo a legislação sanitária brasileira precisava ser ajustada de forma 
a corresponder ao potencial produtivo e comercial de toda essa riqueza e diversidade”,
 explica o secretário.
Segundo ele, outros países aprenderam a lidar com isso e criaram mecanismos que
 permitiram aos seus produtores comercializarem seus produtos, como é o caso, por 
exemplo, do queijo Roquefort cuja história segue esta trajetória. Com as mudanças, o 
Brasil vai oferecer oportunidades para os agricultores familiares, por meio de suas 
agroindústrias, comercializarem os produtos e alcançarem outras fronteiras e
aumentarem as alternativas de comercialização, melhorando ainda mais sua renda 
e gerando desenvolvimento local, que se reflete na economia do país como um todo.
 “Com estas novas medidas, os brasileiros, de norte a sul do país, cada vez mais terão
 acesso a produtos regionais, seja da Amazônia, da Caatinga, do Cerrado ou da 
Mata Atlântica”, comemora o secretário.
Emílio Maldaner, 56 anos, produz há quase 20 anos embutidos na zona rural do 
Distrito Federal, perto de municípios de Goiás e Minas Gerais. Os produtos de
 origem animal que ele beneficia na propriedade já estão adequados às normas 
anteriores, mas ele aposta na abertura de novos mercados. “É uma medida muito
 importante para nós, pequenos agricultores, porque podemos vender até para 
outros estados. É um avanço na burocracia que vai abrir mais oportunidades para
 nós”, destaca.
Atualmente, a produção mensal de Maldaner é de 1,5 tonelada de linguiças, salames
 e costelinhas suínas defumadas, produtos vendidos em feiras e restaurantes de
 Brasília. “Tenho capacidade de até dobrar a quantidade dos embutidos na minha agroindústria
 artesanal. É só ter mercado”, relata.

O que muda com a publicação do novo Decreto 
e com 
a Instrução Normativa geral
Serviços de inspeção e fiscalização sanitária adequados à 
realidade da agroindústria de pequeno porte, reorientando 
os mesmos para o que é realmente importante no processo: a 
garantia da qualidade.
Na agroindústria de pequeno porte, as ações de inspeção
 deverão ter natureza prioritariamente orientadoras, ajudando
 sempre os empreendedores a melhorarem a produção e 
a segurança para os consumidores.
Simplificação do registro sanitário de unidades de processamento
 para venda direta ao consumidor final de pequenas quantidades, 
podendo ser feito até pela internet.
Diminui exigência de documentos para o registro do estabelecimento
 agroindustrial de pequeno porte.
Possibilidade das agroindústrias de pequeno porte ser multifuncionais, 
ou seja,desenvolver mais de uma atividade, como o abate de diferentes
 espécies animais em um mesmo estabelecimento, desde que garantida
 qualidade.
Permissão de uso de equipamentos simples e adaptados ao tamanho dos empreendimentos.
Poder dispor de apenas uma unidade de sanitário/vestiário para 
estabelecimento com até 6 trabalhadores.
A exigência de responsável técnico poderá ser suprida por profissional 
técnico de órgãos governamentais ou privados, ou por técnico de 
assistência técnica.

As mudanças não encerram com essas medidas. O governo federal está estabelecendo prazos
 para que as novas normativas sejam editadas ainda neste ano, concluindo uma importante
 etapa do processo de modernização da legislação sanitária brasileira com foco nas agroindústrias
 de pequeno porte. A próxima etapa da reforma vai tratar das principais cadeias e grupos de 
produtos, como o setor de leite e derivados, além da produção artesanal, que deverão ter
 novo conjunto de regras em, no máximo, 60 dias.

Informações sobre os programas do MDS:
0800-707-2003
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Informações para a imprensa:
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(61) 2030-1021
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