quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Brasília está florida!

3  2 
 
 
quarta-feira, 12 Agosto, 2015 - 10:00
Paulo Henrique Carvalho Leopoldo
Ministro Patrus Ananias durante cerimônia de abertura da Marcha das Margaridas, em Brasília, ao lado do ex-presidente Lula, autoridades e líderes dos movimentos sociais
“Da luta, não fujo”. A frase que se tornou símbolo da líder sindical Margarida Alves continua inspirando mulheres de todas as partes do mundo a marcharem contra a violência e pelo desenvolvimento sustentável com democracia, justiça, autonomia, igualdade e liberdade. Nesta terça-feira (11) mulheres de todos os cantos do Brasil participaram da cerimônia de abertura da 5º Marcha das Margaridas, no Estádio Nacional, em Brasília. A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) confirmou a presença de aproximadamente 100 mil mulheres na Marcha - a maior mobilização do gênero na América Latina.
 
No evento, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, reforçou o compromisso do governo federal de assentar, até 2018, todas as famílias que hoje vivem acampadas. Para Ananias, a ação trará mais qualidade de vida para as mulheres, chefes de família e trabalhadoras rurais. “Também vamos transformar os assentamentos em espaços produtivos e de vida. Amanhã vamos marchar por esse objetivo. E marcharemos sempre que formos convocados a lutar por uma pátria mais livre, justa e solidária”, salientou.
 
Aclamada por mais de 20 mil mulheres que compareceram ao primeiro dia de marcha, a secretaria de Mulheres Trabalhadoras Rurais da Contag e coordenadora Geral da Marcha das Margaridas, Alessandra Lunas, destacou os 15 anos de luta organizada. “É impossível falar de políticas públicas para as mulheres sem falar na Marcha das Margaridas. Deixamos de ser uma manifestação das trabalhadoras, para ser um marco mundial, que mostra a força que temos quando estamos juntas”.
 
A líder também mencionou algumas das conquistas obtidas por meio do ato, que incluem maior acesso à terra e à documentação, apoio ao público feminino nos assentamentos da reforma agrária e políticas de incentivo à produção na agricultura familiar. “Depois que um trabalhador e uma mulher ganharam nossos votos e com eles a chance de governar o país, avançamos muito. Temos mulheres em todos os cantos do Brasil, tendo mais acesso à cidadania por meio do Programa Nacional de Documentação da Trabalhadora Rural (PNDTR), além de setenta por cento dos títulos de terra terem a mulher como primeira titular”, comemorou.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os ministros da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, da Previdência, Carlos Gabas, da Pesca, Elder Barbalho, da Secretaria de Política para as Mulheres, Eleonora Menecucci, e da Saúde, Arthur Chioro, participam também do evento. 
Bastante aplaudido, o ex-presidente Lula parabenizou as Margaridas pela quinta edição do evento. Primeiro presidente a apoiar a manifestação, a partir de 2003, Lula destacou a importância da democracia para as conquistas populares. "Democracia é o povo cantando, marchando, ocupando as ruas e exigindo seus direitos. E a Marcha das Margaridas é uma das manifestações mais expressivas da democracia brasileira. Tenho certeza que cada mulher que está aqui, cada brasileiro com sua coragem, veio aqui por um motivo que é defender os avanços conquistados até agora. Lutar para que ninguém barre o processo democrático", disse o ex-presidente.
Margaridas de todas as idades
Minutos antes da abertura oficial, a paraibana Antônia Barbosa, 51, ajudava a filha Eleonora, 16, a decorar a letra da canção que já está na ponta da língua das trabalhadoras rurais. “Olha Brasília está florida, estão chegando as decididas, olha Brasília está florida, é o querer, é o querer das Margaridas”. Para a agricultora familiar, natural de Catolé do Rocha (PB), a intenção em trazer a jovem à marcha é mostrar as mudanças da realidade do campo nos últimos anos.
 
“Quero que ela saiba que graças a nossa união, que estamos juntas desde 2000, muita coisa já foi feita para melhorar a vida das mulheres, inclusive de quem vive no meio rural. Que esse fenômeno, das pessoas lutando por igualdade entre homem e mulher, não é algo exclusivo das grandes cidades. Nós também temos voz”.
 
Saiba mais
 
A Marcha das Margaridas leva esse nome em homenagem à trabalhadora rural paraibana, Margarida Maria Alves (1943-1983), que durante 12 anos presidiu o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba. Margarida incentivava as trabalhadoras e os trabalhadores rurais a buscarem na justiça a garantia de seus direitos.
 
A mobilização nacional, realizada desde o ano 2000, é voltada para todas as mulheres: do campo, como as agricultoras familiares e assentadas da reforma agrária; das águas, como as pescadoras artesanais, marisqueiras, ribeirinhas; das florestas, entre elas as extrativistas e as silvicultoras; e das cidades, aquelas que moram nas áreas urbanas em todo o país.
 
Nesta quarta-feira (12) a partir das 7h da manhã, as margaridas seguem em marcha até a Esplanada dos Ministérios e às 15 horas, de volta ao estádio, recebem do Governo Federal a resposta às suas demandas.
- See more at: http://www.mda.gov.br/sitemda/noticias/bras%C3%ADlia-est%C3%A1-florida#sthash.mhTIxADJ.dpuf

Nenhum comentário:

Postar um comentário