Sergio Ferrari
Colaborador de Adital na Suiça. Colaboração E-CHANGER
Adital
Tradução: ADITAL
Sergio Ferrari, Nações Unidas, Genebra
A sociedade mundial deu passos significativos nas últimas duas décadas para melhorar a saúde nos países mais empobrecidos e reduzir a brecha entre estes e os mais ‘desenvolvidos’. No entanto, ao aproximar-se 2015, prazo fixado para cumprir com os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), o ritmo de melhoria não permite pressagiar, por exemplo, a programada redução em 2/3 da mortalidade infantil em relação a 1990 ou o melhoramento no acesso à água potável e aos serviços de saneamento.
Foto: Sergio Ferrari
As Estatísticas Sanitárias Mundiais 2013, que acabam de ser publicadas na segunda semana de maio pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em Genebra, constituem um espelho da dinâmica planetária. Com algumas melhorias significativas, inércias repetidas e graves problemas não resolvidos.
A saúde mundial, apesar de não estar em coma, não consegue superar os cuidados intensivos; esse parece ser o quadro traçado pelo estudo da OMS, apresentado poucas horas antes da abertura da 66ª Assembleia Mundial da Saúde, que se realizará entre os dias 20 e 28 de maio, na sede suíça da organização.
O documento da OMS ressalta avanços consideráveis na luta contra o impaludismo, a tuberculose, a Aids, bem como contra a mortalidade materno-infantil. As crianças de menos de cinco anos falecidas passaram de 12 milhões em 1990 para 7 milhões em 2011. Apesar das seis causas principais, várias estão ligadas a enfermidades que poderiam ser prevenidas, como a diarreia, o sarampo, a malária e as doenças respiratórias.
Por outro lado, milhões de seres humanos carecem de água potável e de asseios. Apesar de que a partir de 1990, foram 1.9 bilhões as pessoas que conseguiram aceder aos serviços de saneamento básico, a cobertura não supera 64% da população mundial. Isso significa que quase 1/3 da população planetária –ou seja, uns 2.5 bilhões de habitantes- não têm acesso a ditos serviços básicos de saneamento. Nesse ritmo, tampouco nesse setor os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) serão cumpridos até 2015.
Algumas das principais questões pendentes: a situação dos nascidos prematuros –com quase um Milão de mortes anuais sobre 15 milhões de nascidos antes das 37 semanas de gestação. E o problema estrutural do acesso aos medicamentos.
Inúmeros países com baixos ingressos ou ingressos intermediários padecem uma verdadeira penúria de medicamentos no setor público. Na média anual, apenas 57% dos remédios genéricos estão disponíveis nesse setor, o que obriga aos pacientes dirigir-se ao atendimento privado, onde estes custam até 16 vezes mais caros.
A problemática dos medicamentos –em estreita relação com os grandes interesses das transnacionais químicas, bem como o cada vez mais estendido mercado paralelo- é, atualmente, uma das mais significativas.
Diversos estudos mostram que 10% dos medicamentos vendidos em âmbito mundial são falsos -30% nos países ‘em desenvolvimento’. E o mercado ilegal de medicamentos alcança um volume aproximado de 75 bilhões de dólares anuais, com um aumento quase de 90% entre 2005 e 2010.
A OMS estima que as mortes de 200 mil enfermos atingidos pela malária poderiam ser evitadas se os doentes fossem tratados com medicamentos não falsificados e que são entre 500 mil e 1 milhão as pessoas que morrem anualmente devido à utilização de fármacos falsificados.
Sergio Ferrari, Nações Unidas, Genebra
A sociedade mundial deu passos significativos nas últimas duas décadas para melhorar a saúde nos países mais empobrecidos e reduzir a brecha entre estes e os mais ‘desenvolvidos’. No entanto, ao aproximar-se 2015, prazo fixado para cumprir com os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), o ritmo de melhoria não permite pressagiar, por exemplo, a programada redução em 2/3 da mortalidade infantil em relação a 1990 ou o melhoramento no acesso à água potável e aos serviços de saneamento.
Foto: Sergio Ferrari
As Estatísticas Sanitárias Mundiais 2013, que acabam de ser publicadas na segunda semana de maio pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em Genebra, constituem um espelho da dinâmica planetária. Com algumas melhorias significativas, inércias repetidas e graves problemas não resolvidos.
A saúde mundial, apesar de não estar em coma, não consegue superar os cuidados intensivos; esse parece ser o quadro traçado pelo estudo da OMS, apresentado poucas horas antes da abertura da 66ª Assembleia Mundial da Saúde, que se realizará entre os dias 20 e 28 de maio, na sede suíça da organização.
O documento da OMS ressalta avanços consideráveis na luta contra o impaludismo, a tuberculose, a Aids, bem como contra a mortalidade materno-infantil. As crianças de menos de cinco anos falecidas passaram de 12 milhões em 1990 para 7 milhões em 2011. Apesar das seis causas principais, várias estão ligadas a enfermidades que poderiam ser prevenidas, como a diarreia, o sarampo, a malária e as doenças respiratórias.
Por outro lado, milhões de seres humanos carecem de água potável e de asseios. Apesar de que a partir de 1990, foram 1.9 bilhões as pessoas que conseguiram aceder aos serviços de saneamento básico, a cobertura não supera 64% da população mundial. Isso significa que quase 1/3 da população planetária –ou seja, uns 2.5 bilhões de habitantes- não têm acesso a ditos serviços básicos de saneamento. Nesse ritmo, tampouco nesse setor os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) serão cumpridos até 2015.
Algumas das principais questões pendentes: a situação dos nascidos prematuros –com quase um Milão de mortes anuais sobre 15 milhões de nascidos antes das 37 semanas de gestação. E o problema estrutural do acesso aos medicamentos.
Inúmeros países com baixos ingressos ou ingressos intermediários padecem uma verdadeira penúria de medicamentos no setor público. Na média anual, apenas 57% dos remédios genéricos estão disponíveis nesse setor, o que obriga aos pacientes dirigir-se ao atendimento privado, onde estes custam até 16 vezes mais caros.
A problemática dos medicamentos –em estreita relação com os grandes interesses das transnacionais químicas, bem como o cada vez mais estendido mercado paralelo- é, atualmente, uma das mais significativas.
Diversos estudos mostram que 10% dos medicamentos vendidos em âmbito mundial são falsos -30% nos países ‘em desenvolvimento’. E o mercado ilegal de medicamentos alcança um volume aproximado de 75 bilhões de dólares anuais, com um aumento quase de 90% entre 2005 e 2010.
A OMS estima que as mortes de 200 mil enfermos atingidos pela malária poderiam ser evitadas se os doentes fossem tratados com medicamentos não falsificados e que são entre 500 mil e 1 milhão as pessoas que morrem anualmente devido à utilização de fármacos falsificados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário