Adital
Durante a jornada de ontem (23), um forte contingente de policiais e agentes anti-motim provocaram um despejo violento contra membros das comunidades lencas em San Antonio Chuchuitepeque, departamento de Santa Bárbara, fazendo uso de bombas de gás lacrimogêneo, disparando balas e deixando um saldo de vários feridos e não menos de cinco pessoas detidas.
Segundo o Conselho Cívico de Organizações Populares e Indígenas de Honduras (Copinh), a população originária da zona, que conta com títulos ancestrais dos séculos XVII e XIX, decidiu recuperar seu direito de posse e propriedade sobre as terras próximas ao rio Ulúa, que foram invadidas e usurpadas pela Corporação Municipal de San Francisco de Ojuera.
"Chegaram centenas, entre policiais e agentes anti-motim, e começaram a nos desalojar com gás lacrimogêneo e balas. Nos desalojaram duas vezes e foi um ataque muito violento que deixou um saldo de vários feridos e detidos, entre eles os companheiros e companheiras Manuel Bardales, Gonzalo Muñoz, Leonarda Cruz, Gustavo Adolfo Barahona e Isaias Hernández Garcías”, explicou à LINyM Bertha Cáceres, coordenadora do Copinh.
A dirigente indígena disse que um dos afluentes mais importantes do rio Ulúa é justamente o rio Gualcarque, na zona de Rio Blanco, onde há quase 50 dias as comunidades lencas da zona protestan contra el proyecto hidroeléctrico "Agua Zarca", impulsionado pela empresa da capital hondurenhaDesarrollos Energéticos S.A. de C.V. (DESA) e realizado, entre outros, com fondos del BCIE (Banco Interamericano de Integração Econômica) por 24,4 milhões de dólares.
Apesar do desalojo perpetrado ocorrido há algumas semanas contra a população indígena lenca, o protesto contra a invasão de territórios, a exploração dos recursos naturais e a execução de projetos sem consulta prévia com as populações locais continua com força na zona de Río Blanco.
"Há uma clara conivência e cumplicidade do prefeito de San Francisco de Ojuera com as empresas privadas que possuem os olhos postos em nossos territórios. Seu servilismo é total e tem aproveitado a ordem do tribunal, que não levou em conta os títulos ancestrais das comunidades, para proceder com este despejo”, afirmou Cáceres.
Cáceres fez um chamado às organizações nacionais e internacionais de direitos humanos a se manterem em alerta diante de um possível recrudescimento da violência e a repressão.
"Há muita tensão e preocupação entre o povo e estamos pressionando para que deixem em liberdade os companheiros presos. A repressão tem sido brutal e, desde já, responsabilizamos as autoridades locais e os três poderes do Estado pelo que possa ocorrer nas próximas horas”, concluiu a dirigente indígena.
A notícia é de LINyM, por Giorgio Trucchi
Segundo o Conselho Cívico de Organizações Populares e Indígenas de Honduras (Copinh), a população originária da zona, que conta com títulos ancestrais dos séculos XVII e XIX, decidiu recuperar seu direito de posse e propriedade sobre as terras próximas ao rio Ulúa, que foram invadidas e usurpadas pela Corporação Municipal de San Francisco de Ojuera.
"Chegaram centenas, entre policiais e agentes anti-motim, e começaram a nos desalojar com gás lacrimogêneo e balas. Nos desalojaram duas vezes e foi um ataque muito violento que deixou um saldo de vários feridos e detidos, entre eles os companheiros e companheiras Manuel Bardales, Gonzalo Muñoz, Leonarda Cruz, Gustavo Adolfo Barahona e Isaias Hernández Garcías”, explicou à LINyM Bertha Cáceres, coordenadora do Copinh.
A dirigente indígena disse que um dos afluentes mais importantes do rio Ulúa é justamente o rio Gualcarque, na zona de Rio Blanco, onde há quase 50 dias as comunidades lencas da zona protestan contra el proyecto hidroeléctrico "Agua Zarca", impulsionado pela empresa da capital hondurenhaDesarrollos Energéticos S.A. de C.V. (DESA) e realizado, entre outros, com fondos del BCIE (Banco Interamericano de Integração Econômica) por 24,4 milhões de dólares.
Apesar do desalojo perpetrado ocorrido há algumas semanas contra a população indígena lenca, o protesto contra a invasão de territórios, a exploração dos recursos naturais e a execução de projetos sem consulta prévia com as populações locais continua com força na zona de Río Blanco.
"Há uma clara conivência e cumplicidade do prefeito de San Francisco de Ojuera com as empresas privadas que possuem os olhos postos em nossos territórios. Seu servilismo é total e tem aproveitado a ordem do tribunal, que não levou em conta os títulos ancestrais das comunidades, para proceder com este despejo”, afirmou Cáceres.
Cáceres fez um chamado às organizações nacionais e internacionais de direitos humanos a se manterem em alerta diante de um possível recrudescimento da violência e a repressão.
"Há muita tensão e preocupação entre o povo e estamos pressionando para que deixem em liberdade os companheiros presos. A repressão tem sido brutal e, desde já, responsabilizamos as autoridades locais e os três poderes do Estado pelo que possa ocorrer nas próximas horas”, concluiu a dirigente indígena.
A notícia é de LINyM, por Giorgio Trucchi
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