segunda-feira, 16 de junho de 2014

A busca das cooperativas fairtrade pela industrialização


Por Ulisses Ferreira de Oliveira
postado há 2 dias atrás

“Deixamos de pensar que somos coitadinhos por ser da agricultura familiar, hoje sabemos que unindo forças somos tão capazes quanto grandes produtores”. Essa é a frase que marcou a realização do Café da Manhã FairTrade que aconteceu durante a Festa do Trabalhador, no Parque Municipal de Poços de Caldas.

O efeito dessa frase vai além das palavras e está constantemente na rotina das organizações da agricultura familiar que buscaram a certificação FairTrade, tanto é verdade que algumas dessas organizações já buscam industrializar seus produtos, agregando valor e abrindo um novo mercado.


Foto: Guilherme Gomes/ Café Editora
Foto: Guilherme Gomes/ Café Editora

Os desafios dessa transformação são gigantescos, mas um destaque parece ser o diferencial das marcas. Em tempos do boom da torrefação de cafés por produtores rurais, que vivemos no Brasil nos dias atuais, as cooperativas de comércio justo se destacam abrindo uma oportunidade a mais, pois conseguem transmitir ao consumidor a sensação do valor agregado que é o apoio às comunidades rurais, essa mensagem abre portas e parece realmente ser uma tendência no mercado de cafés.

Veja o caso da COOPFAM - Cooperativa dos Agricultores Familiares de Poço Fundo e Região – Ltda, que lançou a marca Café Família da Terra e vem se posicionando no mercado inclusive com a participação em eventos da Copa do Mundo como um dos cafés que serão servidos.

Engana-se quem pensa que apenas as organizações com o certificado FairTrade se beneficiam com esse mercado, o comércio justo pode ser uma oportunidade para cafeterias e torrefações ligarem suas marcas à questões sociais e ao apoio à agricultura familiar, buscar a certificação como traders é possível e contribuirá significativamente para o desenvolvimento e a sustentabilidade da cafeicultura familiar.

Neste caso a empresa terá que garantir o pagamento do preço mínimo e também do prêmio do comércio justo, que é reinvestido na comunidade em projetos sociais, ambientais, na melhoria da qualidade e produtividade do café, ou seja, é uma ferramenta de responsabilidade social e ambiental que pode reposicionar a marca.

Como exemplo cito o caso da Spress Café que inovou ao ser a primeira marca de cafés do Brasil a obter o certificado FairTrade, através de uma parceria com aASSODANTAS – Associação dos Agricultores Familiares do Córrego D’antas - Poços de Caldas.

Como o mercado de cafés de qualidade cada vez mais competitivo, o comércio justo parece ser mais um concorrente, mas uma análise mais aprofundada revela um campo de oportunidades para empresas conquistarem um mercado completamente inexplorado no Brasil.

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