domingo, 15 de junho de 2014

CAFÉ: ANALISTA COMENTA PRESSÃO COM ENTRADA DA SAFRA BRASILEIRA



CAFÉ: ANALISTA COMENTA PRESSÃO COM ENTRADA DA SAFRA BRASILEIRA 
SAFRAS (12) - Acompanhe abaixo texto do analista de SAFRAS &Mercado, Gil Barabach, avaliando a volatilidade no mercado internacionalde café, com tentativa de realinhamento de preços em Nova York e pressão no Brasil com a evolução da colheita da safra nova:
CAFÉ TENTA SE SUSTENTAR ACIMA DE 170 CENTS NA ICE
Por Gil C. Barabach
Café ameaçou novo deslize, diante da pressão sazonal com a chegada da safra brasileira, mas se recuperou e evitou o pior. Sem força fundamental e tecnicamente mais fraco, a bebida acabou perdendo o suporte de 170 centavos de dólar por libra-peso na ICE Futures em Nova York. O vencimento julho/14 chegou a trocar de mãos a 165,10 cents na última segunda-feira. Depois reagiu e no embalo técnico acabou recuperando a importante linha de 170 cents para fechar a quarta-feira (11) a 171,60 cents/lb.
Depois da escalada altista dos primeiros meses do ano, o mercado de café passa por um realinhamento. Avolatilidade ainda é uma constante, mas em meio as idas e vindas busca, talvez, alguma acomodação em torno de 170 cents/lb. Não se descarta, novas perdas, inclusive, com o mercado testando a linha psicológica de 160 cents, embora essa ameaça tenha ficado um pouco mais distante. Físico cai forte e descola da ICE Mercado físico interno caiu forte na última semana, pressionado pelo avanço da oferta de café novo o que levou a um descolamento negativo em relação ao referencial externo, especialmente na comparação com o arábica negociado na ICE em NY. É a chamada \"barrigada de safra\". Com a troca entre as safras, o café novo, mais barato, ganha maior evidência e arrasta as bases de preços para baixo. E o bom andamento da colheita junto a notícias de safra acima do esperado reforça essa ideia. A bebida boa sul-mineira com 15% de catação foi negociada na última quarta-feira a R$ 412 a saca de 60 kg, queda de 1,9% na comparação com uma semana atrás, quando esse mesmo café era vendido a R$ 420 a saca. A bebida volta a se aproximar da linha de R$ 400 a saca. Esse solavanco no preço do caf&eac ute; vem mais da troca de safra do que propriamente de uma aceleração na oferta do produto. Muitos produtores, inclusive, tem preferido seguir fora do mercado e dar mais atenção, nesse momento, ao preparo do café para liquidação física de venda antecipada feita alguns meses atrás. Há uma forte crença na melhora futura no mercado, superado o gargalo da entrada de safra. Os cafés finos da região do Cerrado caíram 3,5% na semana, negociado na última quarta-feira a R$ 420 a saca. Há sete dias atrás, esse mesmo café era cotado a R$ 435 a saca. O mercado se afasta do patamar de R$ 500 a saca, referencial de alta, e se aproxima da linha de R$ 400 a saca. Apesar da queda, o mercado continua bem acima dos níveis praticados no final do ano passado, quando esse mesmo produto chegou a ser negociado a R$ 250 a saca. O café de bebida rio 7 da Zona da Mata de Minas também sofreu desvalorização de pouco mais de 2% na semana, trocando de mãos a R$ 235 a saca na última quarta-feira. Parou de perder valor frente as bebidas do grupo 1, embora tenha se aproximado mais do conillon, que na última semana caiu menos que o arábica. Enquanto o primeiro contrato de café arábica na ICE em NY andou de lado na última semana, o robusta negociado na LIFFE subiu quase 2%. Enfim, houve uma valorização relativada do robusta em relação ao arábica. Prova disto, é que a arbitragem ICE/LIFFE no julho/14 caiu para 80 centavos. É verdade que acima da média dos últimos 12 meses, que aponta 60,72 cents, mas já dentro do intervalo de atuação delimitado pelo desvio-padrão da média. A chegada do café novo brasileiro e o preço relativo barato do robusta força esse real inhamento. E mesmo assim, o arábica ainda continua bem valorizado. A despeito da alta lá fora, o conilllon tipo 7 do Espírito Santo acabou caindo 1,3% na última semana, negociado a R$ 225 a saca. Porém, é uma queda menor que a verificada no arábica.Talvez, o mercado já tenha vencido o pior desafio, em função do atrito gerado com a chegada de café novo ao mercado. O movimento agora tende a amadurecer e, assim, seguir mais alinhado ao comportamento do referencial externo. A tendência fundamental ainda é negativa, por conta do avanço da oferta de café novo. E ainda há o risco da ICE intensificar as perdas e voltar a convergir em direção ao marco técnico em 160 cents. Mas os sinais são menos baixistas do que eram algumas semanas atrás. Para uma reversão desse comportamento negativo e o início de uma alta mais consistente dos preços é preciso alguma novidade, muito provavelmente atrelada a algum susto climático ou alguma notícia adversa vinda das lavouras. Superado o gargalo de safra, a esperança é com as floradas e a incerteza em relação à safra 2015 no Brasil.\"
(LC)

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