Carla de Pádua Martins comentou em: 25/06/2012 11:17
SÃO PAULO, 22 Jun (Reuters) – Relatório do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec) divulgado nesta sexta-feira mostra que vários modelos de previsão climática sinalizam o possível desenvolvimento de condições de El Niño entre julho e setembro.
O fenômeno climático El Niño é caracterizado por um aquecimento anormal das águas superficiais do Pacífico Tropical, afetando o regime de chuvas em regiões tropicais.
“Ainda é cedo para dizer se está se configurando um El Niño, é uma fase de transição de águas mais frias para mais quentes, temos que ver no decorrer do trimestre. É um fenômeno em evolução”, disse o metereologista Felipe Farias, do Ceptec, do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe).
Previsões do Cptec/Inpe, Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) e dos centros estaduais de meteorologia apontam para maior probabilidade de chuvas acima da média em uma faixa central que engloba o sul do Centro-Oeste e Sudeste e o norte da região Sul.
O grupo que reúne os meteorologistas deve voltar a se reunir em meados de julho para avaliar as condições climáticas, que poderão confirmar ou não a configuração do El Niño, e também a intensidade do fenômeno.
A região centro-sul já vem de um período atipicamente chuvoso, com chuvas bem acima da média histórica para junho. “As precipitações (elevadas) ocorrem por causa de uma frente estacionária, combinada a áreas de baixa pressão nos níveis elevados da atmosfera”, disse Farias, do Ceptec/Inpe.
A cidade de São Paulo, por exemplo, registrou o mês de junho mais chuvoso desde 1943, quando se começou a medição. E um padrão semelhante, com chuvas muito acima da média, também é visto em todo o Estado de São Paulo, sul de Mato Grosso do Sul e norte do Paraná.
A questão climática está no foco do setor sucroalcooleiro, uma vez que chuvas interrompem a colheita e afetam a moagem da cana, além da produção e o escoamento do açúcar em dois importantes portos brasileiros. (Full Story) (Full Story)
Chuvas em volumes atípicos para esta época também têm afetado os trabalhos de colheita de café no Brasil, segundo fontes do setor.
O Brasil é o maior produtor global de café e açúcar.
Fonte : Reuters
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