quinta-feira, 23 de maio de 2013

Em Assembleia Mundial da Saúde, organização defende uso de rótulo frontal nutricional em alimentos industrializados



Tatiana Félix
Jornalista da Adital
Adital
A organização Consumers International (CI) apresentou nesta quarta-feira (22), os resultados da pesquisa internacional sobre a importância da etiqueta nutricional frontal nas embalagens de alimentos industrializados, para os Estados integrantes da Organização Mundial de Saúde (OMS), durante a 66ª Assembleia Mundial de Saúde que acontece até o próximo dia 28 em Genebra, na Suíça.A pesquisa internacional realizada com consumidores do Brasil, Canadá, Holanda, Hungria, Índia, Indonésia, México, Eslovênia, Reino Unido e Zimbábue constatou que menos da metade dos consumidores mundiais se atentam para os níveis de sal, açúcar e gordura nos alimentos industrializados quando não existe um rótulo visível. No entanto, cerca de 90% dos/as participantes se mostraram mais atentos para o conteúdo do alimento quando se depararam com embalagens onde o rótulo nutricional estava visível na parte frontal.
Considerando que as quantidades do sal, açúcar e gordura são essenciais para a saúde e para uma dieta saudável, a Consumers International defende o uso de um rótulo nutricional visível que serviria como uma espécie de "semáforo” de alerta. Estes rótulos, baseados nas Diretrizes da Agência de Normas Alimentares do Reino Unido, seriam classificados por cores que indicariam se a quantidade dessas substâncias é alta (vermelho), média (amarelo) ou baixa (verde).
Isso porque, os altos níveis de açúcar, sal e gordura encontrados nos tão consumidos alimentos industrializados têm causado o aumento de mortes por doenças cardiovasculares, diabetes e câncer. De acordo com as estimativas, 36 milhões de pessoas morrem a cada ano vítimas destas "doenças não transmissíveis”.
O chefe de campanhas da CI, Justin Macmullan, disse que essa é a primeira vez na história em que "as enfermidades relacionadas com o estilo de vida estão matando mais pessoas no mundo do que as doenças infecciosas”. Segundo ele, o custo do tratamento dessas enfermidades "é imenso”, mas poderia ser prevenido diante da adoção de hábitos alimentares saudáveis e redução de fatores de risco.
Segundo a CI, na última década, a venda de alimentos industrializados saltou para 92% em todo o mundo, exigindo então a necessidade de informações claras sobre a composição destes produtos para conscientizar e alertar os consumidores na sua dieta. Com essa medida, pode haver uma redução média de 30% no consumo de sal / sódio e 25% menos de casos de hipertensão arterial.
A 66ª Assembleia Mundial da Saúde considerará a adoção formal de um Plano de Ação para a Prevenção e o Controle das Enfermidades não transmissíveis (2013-2020), que inclui uma série de recomendações para os Estados membros ajudarem a orientar suas populações na hora de escolher uma dieta saudável. Além das etiquetas frontais nas embalagens, a recomendação também é aumentar o consumo de frutas e verduras e regular o marketing de produtos alimentares sobre crianças.

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