domingo, 26 de maio de 2013

Entidades mapeiam perseguições na blogosfera através de denúncias


 

Tatiana Félix
Jornalista da Adital
Adital
Com a globalização da internet, o acesso a ferramentas digitais como blogs e redes sociais como Facebook e Twitter possibilita maior interatividade entre as pessoas, que passam a se expressar mais publicamente. Apesar da liberdade aparente, não é difícil ver blogueir@s e outros ativistas digitais sendo perseguidos por causa de suas publicações. E é para fazer um levantamento sobre a situação da blogosfera no Brasil que o Centro de Estudos da Mídia Barão de Itararé e a ONG Artigo 19 lançaram oMapa da violência contra a blogosfera.
De acordo com o jornalista Altamiro Borges, presidente do Centro de Estudos, o objetivo do mapeamento é agregar as informações através de denúncias, tendo dados mais concretos sobre a situação da blogosfera no Brasil que, mesmo sendo um fenômeno ainda recente no País, já incomoda autoridades e grandes empresários. O registro das denúncias de retaliações sofridas começou em maio e segue até junho, e pode ser feito aqui.
Segundo ele, o uso dos blogs desde o ano 2000 e das redes sociais há cerca de sete, oito anos tem aumentado, assim como as denúncias e críticas contra governos, empresas e donos da grande mídia que veem seus nomes expostos na rede. "Isso incomoda”, afirma Altamiro, comentando que a resposta, em muitos casos, vem em forma de perseguição, processos judiciais e até ameaças contra os autores, na maior parte blogueir@s.
"Os levantamentos [do mapeamento] até agora já indicam 30 casos de perseguição, mas acreditamos que chegaremos a 100 casos. O que mais tem são processos [judiciais] que atingem principalmente blogueiros. O [jornalista] Paulo Henrique Amorim, por exemplo, tem mais de 50 processos por parte da [Rede] Globo, banqueiros e empresários”, explica. Altamiro acrescenta que blogueir@s com visibilidade local também são perseguidos por suas postagens contra governos. "Em cidades afastadas dos centros urbanos, eles chegam até a ser ameaçados de morte”, alerta.
Após a coleta de dados inicial até junho, as entidades realizarão o processo de checagem das denúncias - a previsão é de que o mapa seja elaborado em julho. Segundo o jornalista, os resultados contendo os tipos de violências praticadas contra ativistas digitais serão encaminhados para autoridades e órgãos federais como o Ministério da Justiça e Supremo Tribunal Federal para saber qual será o posicionamento frente ao processo de liberdade de expressão no Brasil. Além disso, as denúncias também serão enviadas para organismos internacionais que atuam em defesa dos direitos humanos e da liberdade de expressão como Organização de Estados Americanos (OEA) e Organização das Nações Unidas (ONU).
Altamiro Borges ressalta que o mapeamento é permanente, por isso as denúncias poderão ser feitas ainda depois de junho. Para este primeiro recorte, ele alerta a importância de divulgar, alertar e denunciar casos de perseguição para se chegar à proteção de blogueir@s e garantia do direito de se expressar – ou denunciar – livremente.
Para mais informações, acesse: http://www.baraodeitarare.org.br/ ou http://artigo19.org/

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