sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Melhores condições de trabalho são um dos eixos para superação da pobreza


Diretora do escritório da OIT no Brasil, Laís Abramo destacou que é 
fundamental que a agenda para a erradicação da miséria comporte o 
trabalho decente, que vai além do emprego de qualidade

Brasília, 20 – Do total de 1 bilhão de pobres no mundo, dentro da linha de 
1,25 dólar/dia, 375 milhões trabalham. O dado foi apresentado, nessa 
quarta-feira (19), pela diretora do escritório da Organização Internacional 
do Trabalho (OIT) no Brasil, Laís Abramo. Ela participou do painel “Uma
 agenda de políticas para além da extrema pobreza”, no I Seminário 
Internacional WWP – Um Mundo sem Pobreza, em Brasília.

“Esse número evidencia que o mercado de trabalho tanto pode ser um
 lugar muito importante de reprodução da pobreza e desigualdade como 
também pode ser a chave para a igualdade”, destacou.


Abramo lembrou que não é qualquer trabalho que permite às pessoas 
superarem a pobreza e a extrema pobreza. “É fundamental que a agenda 
para a erradicação da pobreza comporte o trabalho decente, que vai além 
do emprego de qualidade, é multidimensional”, reforçou.

A diretora destacou que o Brasil já avançou nesse caminho e que o trabalho
 como um dos eixos para superação da pobreza está presente na agenda 
atual do país. “A agenda do futuro precisa incluir uma política de escala 
que dê conta das desigualdades. A linha chave é a inclusão produtiva.”

Para a diretora do Poverty Global Practice do Banco Mundial, Ana Revenga, 
o crescimento do país nesta década refletiu no aumento da renda do trabalho
 e na crescente formalização, mas o Brasil precisa focar agora em alçar os
 40%, que se encontram entre os mais pobres, à classe média.

“Isso implica em elevar a produtividade dessas pessoas e promover a 
criação de empregos sustentáveis”, disse. Revenga falou da necessidade 
de qualificar os mais pobres para que tenham competências e habilidades
 para novos empregos.

“A educação e a capacitação influenciam a participação no mercado de trabalho.
 É preciso investir no capital humano”, acrescentou. Para ela, as políticas
 públicas devem focar no mercado, possibilitando mais oportunidades 
para os mais pobres e reduzindo as desigualdades. “Temos que 
interconectar os programas de transferência de renda com políticas 
para emprego.”

No encerramento do seminário, a ministra do Desenvolvimento Social 
e Combate à Fome, Tereza Campello, ressaltou que é preciso levar
 direitos aos cidadãos e que o Estado tem que se fazer presente. 
“Queremos levar oportunidades, inclusão, um trabalho melhor”, 
disse. “Saímos daqui com uma agenda de trabalho e com uma 
missão: ajudar a construir um mundo mais justo e sem pobreza.”

I Seminário Internacional WWP – Um Mundo sem Pobreza é 
promovido pela Iniciativa Brasileira de Aprendizagem por um Mundo
 sem Pobreza (www.wwp.org.br). O Banco Mundial, o Ministério do 
Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), o Instituto de 
Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a Secretaria de Assuntos 
Estratégicos da Presidência da República (SAE/PR) e o Centro 
Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo (IPC-IG) 
do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud)

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