02/12/2014 14:30
Reportagem do Blog do Planalto mostra cotidiano dos
profissionais que trabalham nos Centros de Referência
de Assistência Social (Cras) itinerantes
Brasília, 2 - O Brasil tem quilômetros de rios navegáveis e,
nas suas margens, milhares vivem isolados dos serviços
comumente encontrados nas áreas urbanas. Sabendo dessa
realidade das populações ribeirinhas e de áreas rurais
afastadas, o governo brasileiro está cada vez mais se
adaptando às particularidades desse estilo de vida.
Atendimento de saúde, educação, serviços bancários
e outros essenciais à vida do brasileiro estão sendo
levados aos mais longínquos afluentes para encontrar
e atender a esses cidadãos.
Na nova série do Blog do Planalto, você conhecerá um
Na nova série do Blog do Planalto, você conhecerá um
pouco do cotidiano desses profissionais que contribuem
para integrar o Brasil. A primeira matéria trata dos Centros
de Referência de Assistência Social (Cras) itinerantes.
Lancha Social
Todo mês o assistente social Saturnino de Almeida Filho
Lancha Social
Todo mês o assistente social Saturnino de Almeida Filho
prepara a mala para navegar por sete dias pelos afluentes
do Pantanal. Ele é um dos funcionários do Centro de Referência
de Assistência Social (Cras) itinerante de Corumbá (MS)
que percorre 380km por viagem para prestar atendimento
socioassistenciais a mais de 650 famílias ribeirinhas
em 28 comunidades da região pantaneira, um trabalho
possível graças à Lancha Social.
“O trabalho na lancha é bem diferenciado, até porque
“O trabalho na lancha é bem diferenciado, até porque
as populações atendidas ficam muito distantes. Elas
são bem carentes de tudo. Então, é bem gratificante
trabalhar para essas pessoas”, admite Saturnino.
Junto com Saturnino, viajam na embarcação mais um
Junto com Saturnino, viajam na embarcação mais um
assistente social, um psicólogo, o piloteiro, o maquinista
e a coordenadora do Cras da região. Uma das principais
atribuições da equipe é encontrar, por meio da busca ativa,
pessoas extremamente pobres que ainda não são incluídas
no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal,
além de acolhidas, visitas domiciliares e encaminhamento para
recebimento dos benefícios previdenciários e de prestação
continuada.
Nos três meses de funcionamento da Lancha Social na região,
Nos três meses de funcionamento da Lancha Social na região,
90% da população atendida já foi inserida no Cadastro Único.
O atendimento nas comunidades começa cedo, por volta de 8h,
e termina muitas vezes com o sol se pondo. Saturnino conta que
na região de Taquari, no porto de Sairú, encontrou uma família com
chegamos até essa família, fizemos a certidão de nascimento de todas
elas e cadastramos no Cadastro Único. Eram três gerações sem
certidão de nascimento. Isso me marcou muito”, ressalta. Hoje, a
família está incluída no programa Bolsa Família.
As Lanchas Sociais são uma parceria entre o Ministério do
As Lanchas Sociais são uma parceria entre o Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e a Marinha
do Brasil para a execução de serviços socioassistenciais e apoio
à busca ativa na Amazônia Legal e no Pantanal. São 123
embarcações doadas pelo MDS para os estados de Roraima,
Rondônia, Pará, Tocantins, Amazonas, Mato Grosso do Sul,
Mato Grosso, Maranhão, Amapá e Acre. Cada lancha atende
a um diferente município.
Para a secretária nacional de Assistência Social, Denise Colin,
Para a secretária nacional de Assistência Social, Denise Colin,
as lanchas sociais são importantes para garantir a presença
efetiva do estado brasileiro nas regiões atendidas. “Nós
identificamos pessoas que não tinham carteira de identidade
e certidão de nascimento, então, elas não eram reconhecidas
como cidadãos brasileiros. Com esse trabalho, podemos
fortalecer a permanência, a cultura e a forma de convivência
com a melhor qualidade de vida possível, mas com acesso a
um conjunto de bens e serviços que todo cidadão brasileiro
deve exercer com um mínimo de qualidade”, afirma Denise.
As lanchas possuem 7,70 metros de comprimento e capacidade
As lanchas possuem 7,70 metros de comprimento e capacidade
para 12 pessoas. Todas são equipadas com os itens necessários
à segurança dos passageiros, e com acessórios complementares
para a realização dos serviços socioassistenciais, como rádio,
tenda, mesas, bancos e notebooks com acesso à internet.
Equipes fazem busca ativa de lancha para incluir socialmente
Equipes fazem busca ativa de lancha para incluir socialmente
comunidades ribeirinhas em programas sociais do governo e
políticas públicas de Estado.
Após a assinatura de termo de doação, a prefeitura começa a
Após a assinatura de termo de doação, a prefeitura começa a
receber, ainda, um repasse de R$ 7 mil mensais do MDS, para
manutenção das lanchas, compra de combustível e contratação
de pessoal. E ainda são destinados mais R$ 4,5 mil por mês para
as equipes volantes dos Cras e mais um repasse, que varia de
R$ 4,5 mil a R$ 9 mil conforme o porte do município, para a
oferta do serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (Paif).
Segundo Denise, o balanço do projeto é positivo. “A avaliação
Segundo Denise, o balanço do projeto é positivo. “A avaliação
é absolutamente positiva, tanto dos gestores e dos prefeitos
quanto das próprias comunidades, que se sentem cidadãos
pertencendo àquela localidade, em poder trazer suas demandas,
em ter orientação de onde buscar os seus direitos, de fortalecer
o convívio das famílias e daquela própria comunidade. E também
da geração de empregos, como das equipes técnicas, que são
adicionais aos Cras, quanto de barqueiros, e da própria comunidade
que, com essa orientação, tem acesso a uma série de bens e
de serviços”, analisa a secretária.
Lanchas Amazônicas
Também em parceria com a marinha, o MDS vai disponibilizar 15
Lanchas Amazônicas
Também em parceria com a marinha, o MDS vai disponibilizar 15
lanchas oceânicas, que vão atender populações extrativistas que
vivem em áreas isoladas e de difícil acesso na Amazônia Legal.
As embarcações oceânicas, maiores que as lanchas fluviais, irão
trafegar por locais que têm influência marítima, sujeitos a
Nenhum comentário:
Postar um comentário