quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Embarcações levam serviços essenciais a comunidades ribeirinhas e isoladas

02/12/2014 14:30

Reportagem do Blog do Planalto mostra cotidiano dos
profissionais que trabalham nos Centros de Referência 
de Assistência Social (Cras) itinerantes
Brasília, 2 - O Brasil tem quilômetros de rios navegáveis e,
nas suas margens, milhares vivem isolados dos serviços 
comumente encontrados nas áreas urbanas. Sabendo dessa
 realidade das populações ribeirinhas e de áreas rurais 
afastadas, o governo brasileiro está cada vez mais se 
adaptando às particularidades desse estilo de vida. 
Atendimento de saúde, educação, serviços bancários 
e outros essenciais à vida do brasileiro estão sendo 
levados aos mais longínquos afluentes para encontrar 
e atender a esses cidadãos.

Na nova série do Blog do Planalto, você conhecerá um
 pouco do cotidiano desses profissionais que contribuem 
para integrar o Brasil. A primeira matéria trata dos Centros 
de Referência de Assistência Social (Cras) itinerantes.

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Lancha Social

Todo mês o assistente social Saturnino de Almeida Filho 
prepara a mala para navegar por sete dias pelos afluentes 
do Pantanal. Ele é um dos funcionários do Centro de Referência 
de Assistência Social (Cras) itinerante de Corumbá (MS) 
que percorre 380km por viagem para prestar atendimento 
socioassistenciais a mais de 650 famílias ribeirinhas 
em 28 comunidades da região pantaneira, um trabalho 
possível graças à Lancha Social.

“O trabalho na lancha é bem diferenciado, até porque 
as populações atendidas ficam muito distantes. Elas 
são bem carentes de tudo. Então, é bem gratificante
 trabalhar para essas pessoas”, admite Saturnino.

Junto com Saturnino, viajam na embarcação mais um
 assistente social, um psicólogo, o piloteiro, o maquinista
 e a coordenadora do Cras da região. Uma das principais
 atribuições da equipe é encontrar, por meio da busca ativa,
 pessoas extremamente pobres que ainda não são incluídas
 no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal, 
além de acolhidas, visitas domiciliares e encaminhamento para
 recebimento dos benefícios previdenciários e de prestação 
continuada.

Nos três meses de funcionamento da Lancha Social na região, 
90% da população atendida já foi inserida no Cadastro Único.
 O atendimento nas comunidades começa cedo, por volta de 8h,
 e termina muitas vezes com o sol se pondo. Saturnino conta que
 na região de Taquari, no porto de Sairú, encontrou uma família com
chegamos até essa família, fizemos a certidão de nascimento de todas 
elas e cadastramos no Cadastro Único. Eram três gerações sem 
certidão de nascimento. Isso me marcou muito”, ressalta. Hoje, a
 família está incluída no programa Bolsa Família.

As Lanchas Sociais são uma parceria entre o Ministério do 
Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e a Marinha 
do Brasil para a execução de serviços socioassistenciais e apoio 
à busca ativa na Amazônia Legal e no Pantanal. São 123
 embarcações doadas pelo MDS para os estados de Roraima,
 Rondônia, Pará, Tocantins, Amazonas, Mato Grosso do Sul,
 Mato Grosso, Maranhão, Amapá e Acre. Cada lancha atende
 a um diferente município.

Para a secretária nacional de Assistência Social, Denise Colin,
 as lanchas sociais são importantes para garantir a presença 
efetiva do estado brasileiro nas regiões atendidas. “Nós 
identificamos pessoas que não tinham carteira de identidade 
e certidão de nascimento, então, elas não eram reconhecidas
 como cidadãos brasileiros. Com esse trabalho, podemos 
fortalecer a permanência, a cultura e a forma de convivência
com a melhor qualidade de vida possível, mas com acesso a
 um conjunto de bens e serviços que todo cidadão brasileiro 
deve exercer com um mínimo de qualidade”, afirma Denise.

As lanchas possuem 7,70 metros de comprimento e capacidade 
para 12 pessoas. Todas são equipadas com os itens necessários
 à segurança dos passageiros, e com acessórios complementares
 para a realização dos serviços socioassistenciais, como rádio, 
tenda, mesas, bancos e notebooks com acesso à internet.

Equipes fazem busca ativa de lancha para incluir socialmente 
comunidades ribeirinhas em programas sociais do governo e 
políticas públicas de Estado.

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Após a assinatura de termo de doação, a prefeitura começa a 
receber, ainda, um repasse de R$ 7 mil mensais do MDS, para 
manutenção das lanchas, compra de combustível e contratação 
de pessoal. E ainda são destinados mais R$ 4,5 mil por mês para 
as equipes volantes dos Cras e mais um repasse, que varia de
R$ 4,5 mil a R$ 9 mil conforme o porte do município, para a 
oferta do serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (Paif).

Segundo Denise, o balanço do projeto é positivo. “A avaliação 
é absolutamente positiva, tanto dos gestores e dos prefeitos 
quanto das próprias comunidades, que se sentem cidadãos
 pertencendo àquela localidade, em poder trazer suas demandas,
 em ter orientação de onde buscar os seus direitos, de fortalecer 
o convívio das famílias e daquela própria comunidade. E também
 da geração de empregos, como das equipes técnicas, que são 
adicionais aos Cras, quanto de barqueiros, e da própria comunidade 
que, com essa orientação, tem acesso a uma série de bens e 
de serviços”, analisa a secretária.

Lanchas Amazônicas
Também em parceria com a marinha, o MDS vai disponibilizar 15
 lanchas oceânicas, que vão atender populações extrativistas que 
vivem em áreas isoladas e de difícil acesso na Amazônia Legal. 
As embarcações oceânicas, maiores que as lanchas fluviais, irão 
trafegar por locais que têm influência marítima, sujeitos a
 correntezas, ventos e marés.

Fonte: Blog do Planalto

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