terça-feira, 16 de junho de 2015

Brasileiros mais pobres estão estudando mais

16/06/2015 11:54
De 2003 a 2013, aumento dos anos médios de estudo foi de 36% entre a população de baixa renda. Entre os 20% mais ricos, o crescimento foi de 4%. Criação do Bolsa Família contribuiu para a redução da desigualdade na educação

Brasília, 16 – A população mais pobre está estudando mais e o programa Bolsa Família 
potencializou o resultado na última década. O tempo de permanência na escola entre os 
20% mais pobres com até 21 anos cresceu 36% entre 2003 e 2013. Entre os 20% mais
 ricos, os anos de estudo aumentaram 4% no período.


A redução da desigualdade pode ser percebida desde o início dos anos 1990. Em 1992, os 20% mais pobres registravam, em média, 3,8 anos de escolaridade. Em 2013, essa média alcançou 8,3 anos de estudo, ou seja, mais do que dobrou o tempo de escolaridade da população mais pobre. Entre os 20% mais ricos, a média passou de 9,1 anos para 11,7 – 28% a mais.

O resultado aparece em levantamento feito pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad),
 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O estudo revela também que o Bolsa Família contribuiu para a redução da desigualdade ao
 exigir e acompanhar a frequência escolar de crianças e jovens. Comparando o período de
 2003, ano de criação do programa de transferência de renda, com 2013, o tempo de
 permanência nos estudos entre os 20% mais pobres saltou de 6,1 anos para 8,3. Entre 
os 20% mais ricos, a média de anos de estudo passou de 11,2 para 11,7 anos.

Adequação idade-série aos 15 anos de idade

Dados da Pnad mostram que é cada vez maior o número de alunos com 15 anos da
 rede pública de ensino que estão na série adequada. Em 2001, apenas 24,4% dos
 alunos entre os 20% mais pobres se encaixavam no nível escolar correto.


Com a criação do Bolsa Família, mais jovens tiveram acesso à educação e 33,6% alcançaram
a série adequada aos 15 anos. Após 10 anos, esse número saltou 63%. Em comparação com
os demais estudantes da rede pública, o crescimento no mesmo período foi de apenas 13%.
 

Superação – Além de garantir complementação de renda às famílias, o Bolsa Família permite 
que uma geração de brasileiros supere a pobreza por meio dos estudos. É o caso de Dorival 
Gonçalves dos Santos Filho, 32 anos. Natural de Piedade, cidade no interior de São Paulo,
 ele passou boa parte da infância acompanhando a mãe no lixão. Catava material reciclável 
para tentar vender e garantir algum dinheiro complementar à renda da família.

A trajetória de pobreza fez com que Dorival deixasse os estudos na 8ª série, embora a mãe,
 Crélia de Oliveira, que só chegou à 4ª série, sempre o incentivasse a estudar. A volta aos 
estudos aconteceu bem mais tarde, quando ele já havia completado 20 anos. “Não 
pensava em ir pra faculdade. Quando surgiu o ProUni[Programa Universidade para 
Todos], pensei em tentar o programa, mas queria mesmo terminar o ensino médio.”

Em 2004, com a complementação de renda do Bolsa Família paga à mãe, Dorival sentiu-se
motivado a tentar o ensino superior. “Com o Bolsa Família, a renda deu uma melhorada
e eu fui buscar meu sonho”. Hoje, ele cursa doutorado em Linguística na Universidade
 Federal de Santa Catarina (UFSC).

Informações sobre os programas do MDS:
0800-707-2003
mdspravoce.mds.gov.br

Informações para a imprensa:
Ascom/MDS
(61) 2030-1021
www.mds.gov.br/saladeimprensa

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