quarta-feira, 1 de agosto de 2012

A Natureza É Imprecisa! – 1


Ensei Neto
Você já deve ter observado que na Natureza, apesar da existência de padrões cíclicos (ao menos para a percepção humana) para os mais diferentes fenômenos, na realidade, eles não são exatamente iguais, como quando você está assistindo a uma cena de um filme e o retorna várias vezes ao mesmo ponto.
Por exemplo, numa linha industrial onde é confeccionada uma determinada peça, presume-se que todas deverão ser semelhantes, apesar de que se sabe que nenhuma será perfeitamente iguala outra. É aí que entra o conceito estatístico de “tolerância”, que verifica se as medidas de cada peça desse grupo estão dentro de uma determinada faixa de variação.
Vamos admitir que nessa linha industrial está sendo fabricada uma peça no formato de um cubo onde o lado deve ter 10,0 cm. É razoável pensar que se essa medida ficar entre 9,9 cm e 10,1 cm estará dentro de uma faixa de tolerância admissível. A olho nu essa diferença se mostra muito pequena, passando quase despercebida, porém se esse cubo for acondicionado num caixa que tenha como medida interna exatos10,1 cm, é bem provável que ele acabe não entrando caso sua medida principal ficar mais próxima a10,1 cm
No entanto, se você estiver trabalhando com peças que exijam maior precisão, essa tolerância pode ser, no caso, de algo como 0,05 cm!
Assim, sempre que fizermos uma medição há que se admitir uma variação ou tolerância, cuja dimensão está diretamente relacionada com o que é conhecida por Precisão. Quanto mais precisa é uma medida, menor é essa variação e, portanto, menor será sua tolerância.
Ao levarmos essa mesma visão para as coisas da Natureza, vamos observar que  as formas vigentes seguem um padrão definido, porém apresentam uma tolerância aceitável que  nos leva a concluir de forma grosseira que são praticamente iguais. (Muitas vezes a Natureza é muita mais tolerante do que a indústria…)
Veja as flores de um elegante Jasmim Manga.  À primeira vista, parecem todas iguais, mas quando observadas de perto, as diferenças que expressam sua individualidade nos saltam aos olhos. Ou seja, tudo que nos parece tão igual é, em sua essência, tudo muito diferente!
É aí que entra, com toda propriedade, a sutileza de saber qual é a magnitude da tolerância para cada caso!
No fundo, o que determina essa magnitude é a escala que se adota como referência ou, simplesmente, um caso de “perto” ou “longe”. Situações macroscópicas exigem menos precisão do que as microscópicas.
A florada do café é sempre exuberante com sua cor branca de pureza angelical combinada com um intenso aroma adocicado que domina extensas áreas. A olho nu a florada se mostra numa uniformidade sem par, mas que, ao nos aproximarmos dos ramos, vê-se que cada uma teve um tempo de abertura próprio. Esse tempo, por mais que em todas seja praticamente igual, se revela diferente conforme as frutas amadurecem.
Esse ciclo, conhecido por Ciclo Fenológico, apesar de ser geneticamente o mesmo para todas as frutas, acaba mostrando distinções no momento que cada uma se aproxima do amadurecimento. As frutas do cafeeiro tem o seu ciclo finalizado de forma ideal quando o total de açúcares programado geneticamente é atingido. Porém, observe que nem todas tem o mesmo tom de vermelho, cuja intensidade é dada pelo avanço dos estágios.
O resultado também pode ser notado durante e após a torra das sementes.
The Coffee Traveler

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