quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Mãe denuncia morte de filho por suposto grupo de extermínio formado por policiais


Mãe denuncia morte de filho por suposto grupo de extermínio formado por policiais

Familiares de vítimas da onda de violência no estado de São Paulo seguem buscando explicações sobre a morte de seus parentes. Este é o caso de Elizabete de Oliveira Xavier, mãe de Anderson Fernandes Alves de 26 anos, assassinado no dia 23 de julho em Pirituba, Zona Norte de SP, por dois homens encapuzados. A Carta Maior entrevistou Elizabete durante seu depoimento à Defensoria Pública de São Paulo.



Familiares de vítimas da onda de violência no estado de São Paulo seguem buscando explicações sobre a morte de seus parentes. Este é o caso de Elizabete de Oliveira Xavier, mãe de Anderson Fernandes Alves de 26 anos, assassinado no dia 23 de julho em Pirituba, Zona Norte de SP, por dois homens encapuzados. A Carta Maior entrevistou Elizabete em conjunto com a coleta de seu depoimento à Defensoria Pública de São Paulo, com a presença de defensora Daniela Skromov, do Núcleo de Direitos Humanos.

Anderson Fernandes Alves, dias antes de sua morte, teve uma discussão de transito com uma suposta policial. Entre a discussão de trânsito e sua morte, Anderson foi espancado, levado à delegacia no bagageiro do carro da PM junto com seus familiares – incluindo uma criança -, humilhado e ameaçado por policiais fardados na própria delegacia. No dia seguinte foi morto por duas pessoas de moto, na frente de seu filho. A mesma mulher que se dizia policial compareceu ao local quando o corpo era retirado, cumprimentou os soldados presentes e foi embora aos risos.

Entre os dias 28 de maio a 26 de julho ao menos 400 pessoas foram assassinadas em São Paulo e região, segundo levantamento feito por entidades de direitos humanos. A entrevista de Elizabete remete a este contexto violento pelo qual o procurador Matheus Baraldi Magnani do Ministério Público Federal propôs o afastamento da direção do comando da Policia Militar de São Paulo. Nas palavras dele, “o ‘praça’ não está sob controle, foram ensinados a praticar violência em patamares excessivos”. O governador Geraldo Alckmin (PSDB), além de criticar a posição do MPF, afirmou em entrevistas que a polícia não iria “retroceder um milímetro”. “Quem enfrentar a polícia vai levar a pior”, disse o governador. 

A frase revolta Elizabete, que questiona se a polícia não deveria proteger as pessoas. “Eles estão usando esta farda para matar as pessoas, não para ajudar”, disse, com a sensação de que o atual momento se assemelha à violência praticada no período da ditadura militar.

Assista o depoimento no vídeo acima.

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