sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Julgamento do mensalão começa com baixa mobilização


Julgamento do mensalão começa com baixa mobilização

Pouco antes do início da sessão do STF apenas três manifestantes se encontravam em frente à Corte para protestar contra “o maior escândalo da história brasileira”, segundo rótulo estabelecido por parte da imprensa. Por volta das 17 horas, eram cerca de 20 manifestantes. As únicas organizações políticas presentes pertenciam ao PSOL e ao Juntos, movimento de juventude ligado ao partido. Um sósia do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, discursou dizendo que “quando isso acontece no United States eu mando pro presídio ou pra forca”.

Brasília - O julgamento da ação penal 470, vulgo “mensalão”, rotulado como o maior escândalo da história brasileira por parte da imprensa, foi iniciado nesta quinta-feira (2) com indignação popular muito a quem do rótulo estabelecido. Pouco antes do início da sessão, por volta das 14 horas, apenas três manifestantes se concentravam a frente da Corte, na Praça dos Três Poderes, exibindo uma faixa com os dizeres “Ainda bem que temos a Dra. Eliana Calmon [corregedora nacional de Justiça] para salvar o judiciário”.

Por volta das 17 horas, cerca de 20 pessoas se encontravam em frente ao STF para protestar. Portando um cartaz que dizia “O mensalão não pode virar cuecão”, o morador de Brasília Usiel dos Santos veio com seu filho protestar “pra que esse mensalão não seja esquecido, pra que esses aí [os réus] não voltem a ter cargos públicos”, disse.

Um sósia do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fantasiado como tal, discursava dizendo que “quando isso [corrupção] acontece no United States eu mando pro presídio ou pra forca”. 

Já Francisco Lima Tabajara, indígena Guajajara nascido do Maranhão, mas atualmente com residência no Distrito Federal (DF), afirmou que não protestava contra o mensalão, mas contra a corrupção que se instalou dentro da Justiça. “Eles [os ministros do STF] não deveriam ser nomeados pelo presidente. Isso gera corrupção dentro do judiciário. Eles demoraram sete anos pra julgar o caso e os culpados se elegeram de novo. Quem está errado é o deputado? Não, é a Justiça”, protestou.

As únicas organizações políticas presentes identificadas pela reportagem pertenciam ao PSOL e ao Juntos, um movimento de juventude impulsionado por setores do partido. Eles estenderam a faixa “Juntos! Contra a corrupção punição dos mensaleiros” e entoavam palavra de ordem pedindo a punição de “Genuíno, Zé Dirceu e sua quadrilha”. O dirigente do PSOL-DF, Eniltom Rodrigues, afirmou que a mobilização em torno do mensalão deverá ter mais gente nos momentos de definição das sentenças dos acusados e atribuiu a baixa mobilização atual ao descrédito do judiciário. “O povo não se sente representado pela Justiça”, considerou.

No final da tarde, o Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário e do Ministério Público da União no DF (Sindijus) também expôs uma faixa direcionada ao STF, entretanto, não protestavam diretamente contra o mensalão. Dizia a faixa: “Cachoeira? Mensalão? Queremos é a aprovação do PL 6613/2009 já”. O referido Projeto de Lei trata do plano de cargos e salários dos servidores do judiciário que, em Brasília, se encontram em greve desde esta quarta-feira (1).


Fotos: O garçom José Maria, que presta serviços em embaixadas, protesta do lado de fora do Supremo Tribunal Federal (STF), onde acontece o julgamento do mensalão, o maior processo político já analisado pela Corte (José Cruz - ABr)

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