segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Os riscos de querer turbinar o cérebro


Rede Social do Café

As provas importantes se aproximam e a pressão aumenta. Para se dar bem, os estudantes buscam estimulantes que deixam o cérebro mais alerta. Os velhos conhecidos, como café, chocolate e pó de guaraná, usados em exagero, também podem fazer mal. Há riscos para o bem-estar da mente e do corpo
O ritmo de vida da estudante Mirella Dantas, 30, é acelerado. Determinada, ela vai tentar mais uma vez passar no curso de Medicina. Já fez Enfermagem e desistiu. Chegou a passar em Direito. Também não deixa de participar de outros cursos. A rotina de estudos não para. Para aguentar e se manter alerta, só à base de muito café. “Eu tomo café o dia todo. Se eu não tiver café do lado, não me concentro na aula. Comprei até uma garrafinha”. Ela avalia que há prejuízos e até pensa em reduzir a quantidade. “Depois que essa fase passar, vou tentar diminuir”.

Os medicamentos à base de metilfenidatos trazem prejuízos, quando tomados por quem não tem TDAH. Mas não é só a substância que pode prejudicar a saúde. Os velhos conhecidos dos estudantes – café, chocolate, chá-mate, pó de guaraná e energéticos –, em excesso, também podem colocar em risco o bem-estar da mente e do corpo. E o efeito se tornar contrário. Ao invés de ajudar a “turbinar” o cérebro, podem prejudicar a capacidade de aprendizagem.
Segundo a nutricionista Fabiana Fontes, esses alimentos têm em comum a cafeína. A substância é estimulante do sistema nervoso e, consequentemente, age no sistema cardiovascular. Para que o cérebro trabalhe mais e se sinta mais estimulado, é preciso que o coração bombeie sangue rapidamente em todo o corpo. Por ser estimulante, a cafeína é responsável por aumentar o estado de alerta, reduzir a fadiga e aliviar a sensação de sono. O alerta do psicólogo Tauily Claussen, mestre em Ciência Médicas, é para os prejuízos no sono.
De acordo com ele, tanto o metilfenidato quanto a cafeína reduzem a quantidade de horas dormidas. A diferença é que o efeito do medicamento é mais incisivo. “O sono tem papel fundamental na memória. É preciso dormir para reter as informações”. Quando não se dorme bem, o aprendizado fica comprometido e o bem-estar também. “Pode haver irritabilidade, ansiedade”. Com o metilfenidato, segundo ele, há chances de apresentar outros problemas psiquiátricos.
A cafeína, conforme a nutricionista Fabiana Fontes, pode ser benéfica, se for ingerida em pequenas quantidades. “Uma ou duas xícaras de café (85 a 200 mg de cafeína) é suficiente para o córtex cerebral ser estimulado, produzindo efeitos como redução do sono e fadiga, sensação de bem-estar e capacidade de manter o esforço intelectual por períodos prolongados”, detalhou a nutricionista. Em grandes quantidades, pode irritar a mucosa gástrica e provocar problemas cardíacos.
Os estimulantes, segundo a professora do curso de Farmácia da Universidade Federal do Ceará (UFC), Mirian Parente Monteiro, aumentam o número de batimentos cardíacos, reduzem os vasos sanguíneos e elevam a pressão arterial. O metilfenidato, segundo a professora, é ainda mais potente que a cafeína e age mais rapidamente. “Quem já tem algum problema de coração e não sabe, em poucas doses de metilfenidato pode passar mal. Usar uma substância sem necessidade só vai causar uma série de problemas”, alerta. (Gabriela Meneses)

Saiba mais
Taurina
Além da cafeína, as bebidas energéticas industrializadas têm ainda outra substância que ajuda a manter a concentração: a taurina.
Segundo a nutricionista Fabiana Fontes, a taurina é um aminoácido, produzido pelo nosso corpo. Está presente nos leucócitos, cérebro, músculo esquelético, retina e coração.

Fabiana explica que a taurina quase não tem efeitos colaterais, por ser um aminoácido é mais “leve” que a cafeína. A substância, segundo Fontes, tem efeitos antioxidantes (previnem o envelhecimento). 
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