Apesar de sua formação secular, David Ben-Gurion, o líder da independência, fez um pacto com os partidos religiosos no nascimento do Estado. Faria generosa oferta, em junho de 1947, através de carta enviada ao Agudat Israel (partido dos ultraortodoxos, fundado em 1912 e que se opunha aos sionistas).Líderes religiosos têm importância central no país desde acordo com Ben-Gurion, em 1947
Breno Altman
Breno Altman
Soldado israelense e judeu ultraortodoxo rezam no Muro das Lamentações. Religiosos não são obrigados a prestar serviço militar
Os cargos de rabino-chefe (um asquenaze, outro sefardita), criados ainda no tempo do Mandato Britânico, seriam mantidos como instituição oficial. Teriam autoridade sobre a regulação dos costumes dietéticos do judaísmo, a realização do shabbat, a organização dos ritos funerários e praticamente todas as relações pessoais - como casamento, divórcio e conversão religiosa. Também exerceriam a função primordial de reconhecimento da condição judaica, em um país no qual ter essa origem étnica garante imediata cidadania a qualquer estrangeiro.
Além dos poderes concedidos, desde então, o rabinato goza de subsídios governamentais para se dedicar exclusivamente aos estudos da Torá, religiosos não são obrigados a prestar serviço militar e suas escolas podem usufruir de autonomia curricular perante o Estado, apesar de subvencionadas.
Como não há matrimônio civil, por exemplo, qualquer união entre fiéis de diferentes credos é proibida. Pessoas nessa situação têm que sair de Israel, casarem-se no exterior (a ilha de Chipre é o local preferido) e retornar com a certidão nas mãos. Mas essa mesma via não vale para o divórcio, que só é reconhecido quando aprovado pelo rabinato, mesmo que o casamento não tenha sido realizado sob sua alçada.
Como não há matrimônio civil, por exemplo, qualquer união entre fiéis de diferentes credos é proibida. Pessoas nessa situação têm que sair de Israel, casarem-se no exterior (a ilha de Chipre é o local preferido) e retornar com a certidão nas mãos. Mas essa mesma via não vale para o divórcio, que só é reconhecido quando aprovado pelo rabinato, mesmo que o casamento não tenha sido realizado sob sua alçada.
“O papel da religião em um Estado étnico é indispensável”, explica o professor Schlomo Sand, da Universidade de Tel Aviv. “Não apenas porque zela pela transmissão de tradições e cultos que preservam a identidade nacional, mas também para estabelecer regras que dificultem a miscigenação através de casamentos ou fluxos migratórios fora de controle.”
Muitos cidadãos estão em desacordo com esse ordenamento, mas seus protestos esbarram no peso dos partidos religiosos, que historicamente funcionam como um pêndulo decisório entre as alas de esquerda e direita do sionismo. Os ultraortodoxos, atualmente com 18 cadeiras no Knesset, o que equivale a 15% do parlamento, pela primeira vez, em muitos anos, estão fora do governo. Continuam a exercer, porém, expressiva influência sobre assuntos que lhes interessam.
Muitos cidadãos estão em desacordo com esse ordenamento, mas seus protestos esbarram no peso dos partidos religiosos, que historicamente funcionam como um pêndulo decisório entre as alas de esquerda e direita do sionismo. Os ultraortodoxos, atualmente com 18 cadeiras no Knesset, o que equivale a 15% do parlamento, pela primeira vez, em muitos anos, estão fora do governo. Continuam a exercer, porém, expressiva influência sobre assuntos que lhes interessam.
Crianças caminham em rua do bairro ortodoxo de Mea Shearim, em Jerusalém
Defesa
Assim que acaba o ensino médio, começa a temporada nos quartéis. Os jovens israelenses geralmente só entram na universidade depois dos 21 anos, apresentando a mais elevada idade média do planeta entre estudantes de cursos superiores. Mesmo depois de atendida a obrigação, ainda devem dedicar um mês por ano às forças armadas, em treinamento ou mobilização de reservistas.
Judeus ortodoxos caminham pelo bairro de Mea Shearim, próximo às muralhas da cidade velha em Jerusalém
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