Brasília (1º/10/2014) - O acordo entre Brasil e Estados Unidos para o
contencioso do algodão foi assinado nesta quarta-feira (1º), em Washington, pelo
ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, ministro da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, Neri Geller, e o secretário de Agricultura dos Estados
Unidos, Michael Froman. Agora, como compensação aos eventuais prejuízos aos
produtores brasileiros de algodão, os Estados Unidos irão repassar o valor de US$ 300
milhões para o Instituto Brasileiro do Algodão (IBA). Por outro lado, o Brasil
comprometeu-se a não questionar a nova lei agrícola americana em relação aos
programas voltados ao algodão, até 30 de setembro de 2018, quando expira a lei atual.
O ministro Neri Geller comemorou o acordo assinado com o governo americano. Segundo
ele, o resultado foi um grande esforço e entendimento entre o governo brasileiro em
parceria com as entidades que representam o setor algodoeiro. “Trata-se de um
acordo extraordinário para o segmento, pondo fim a um impasse que já durava 12
anos”, comentou o ministro. Geller destacou também a habilidade do corpo
diplomático brasileiro. “O ministro Luiz Alberto Figueiredo, e sua equipe, tanto no Brasil
quanto na Embaixada, em Washington, foram incansáveis para encontrar a melhor
solução entre as duas partes”, disse. De acordo com o ministro Geller, todas as
reivindicações do setor estão amplamente atendidas no acordo.
Segundo o entendimento, o recurso poderá ser aplicado em projetos de controle,
mitigação e erradicação de pragas e doenças; em tecnologia pós-colheita; na compra e
uso de bens de capital; na promoção do uso do algodão; na adoção de
cultivares; em treinamento e instrução de trabalhadores e empregadores; em
elaboração, planejamento e implementação de projetos de infraestrutura de
armazenamento, conservação e transporte de algodão e insumos, entre outros.
O acordo define ainda que os Estados Unidos não concederão garantias, por meio do
Programa GSM-102, para créditos à exportação com prazo superior a 18 meses (hoje
o prazo é de 36 meses). Em contrapartida, o Brasil se compromete a não
questionar o programa na Organização Mundial do Comércio (OMC). Por último, caso
o Brasil se sinta prejudicado pela atual lei, ele entrará em consulta com os EUA antes
de iniciar qualquer contencioso na OMC.
Saiba mais
O contencioso do algodão começou em 2002, quando o Brasil solicitou na OMC
consultas com os EUA sobre subsídios dados aos produtores, usuários e
exportadores de algodão americano, após alegar que as medidas listadas eram
inconsistentes com as provisões do Acordo Agrícola e do Acordo de Subsídios
e Medidas Compensatórias.
Mais informações para a imprensa:
Assessoria de Comunicação Social
(61) 3218-2203/2205
Rayane Fernandes
rayane.lopes@agricultura.gov.br
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