Deputado do bloco ‘Minas Sem Censura’ classifica caso como perseguição política e denuncia silêncio da mídia mineira em tentativa de blindar o senador Aécio Neves
por Redação RBA publicado 06/11/2014 15:39, última modificação 06/11/2014 16:34
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MINAS SEM CENSURA
São Paulo – O jornalista Marco Aurélio Carone, proprietário do site Novo Jornal e a principal testemunha do mensalão tucano, Nilton Monteiro, foram libertados na última terça-feira, em Minas Gerais. O deputado Rogério Correia (PT-MG), do Bloco Parlamentar Minas sem Censura, em entrevista à Rádio Brasil Atual, classifica a prisão como “impressionante ato de arbítrio” e afirma que Marco Aurélio e Nilton eram presos políticos em pleno regime democrático. Apesar da relevância do fato, a mídia mineira manteve o já tradicional silêncio e não divulgou a soltura dos acusados.
“Houve todo um protelamento judicial, a pedido do governo do estado, para que eles ficassem presos durante o período eleitoral. No caso do Carone, relatou à irmã que durante o último mês ficou incomunicável”, afirma Rogério Correia, que alega que a intenção era preservar o senador Aécio Neves (PSDB) das denúncias envolvendo a controle sobre a mídia e casos de corrupção, como a lista de Furnas, um esquema que previa o repasse de dinheiro por meio de licitações superfaturadas da empresa Furnas Centrais Elétricas S.A. para financiar campanhas de tucanos, em 2002.
As acusações contra Nilton Monteiro a respeito das ilações sobre a lista de Furnas foram derrubadas nos tribunais, que afirma nos autos que não poderia haver condenação por algo que era verdadeiro, conforme laudo da Polícia Federal e testemunhos de delegados federais.
“A alguns é concedido o beneficio da delação premiada em véspera de eleição, como foi o caso da Petrobras. É dado ao delator o status de herói nacionais por fazer denúncias, sabe-se lá de qualidade, e sem nenhuma prova em relação ao PT. Já àqueles que tem provas contundentes, esses são presos para evitar que se diga a verdade. A lista de Furnas é completamente verídica”, o deputado traça um paralelo sobre a condução das investigações envolvendo o governo federal e o governo mineiro.
Em Minas, há um acordo entre mídia tradicional e parlamentares tucanos, principalmente Aécio Neves, diz o deputado: “Aécio Neves tinha, em Minas Gerais, uma determinada visão por tudo esconder e, quando foi candidato à presidência, o povo de Minas Gerais passou a conhecer verdadeiramente Aécio e a real situação do estado”.
“A teoria de Montesquieu (de separação das três esferas de poder) foi substituída pelo lema dos três mosqueteiros ‘um por todos, todos por um’. Todos agiam pelo senador Aécio”, analisa o deputado, que acredita em um retorno à normalidade democrática depois da derrota do candidato tucano à presidência e do candidato do PSDB ao governo mineiro (Pimenta da Veiga) e promete, no âmbito da Assembleia Legislativa, investigar os casos de corrupção, até então abafados, como os casos do aeroporto de Cláudio, os repasses de recursos públicos às rádios da família do senador e os desvios de verbas das áreas da saúde e educação.
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