sábado, 8 de novembro de 2014

“É com muito orgulho que entrego o meu cartão do Bolsa Família”




Conversa Afiada reproduz post do site do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome:


“É com muito orgulho que entrego o meu cartão do Bolsa Família”



A gaúcha Delci Lutz, mãe de dois filhos, abriu mão do programa depois que sua renda aumentou. Em todo o país, 2,8 milhões de famílias já deixaram o Bolsa Família porque melhoraram de vida


Brasília, 3 – Não há tempo fechado na vida da gaúcha Delci Lutz, 49 anos, divorciada, mãe de dois filhos, moradora de Novo Hamburgo (RS). Com talento e perseverança, a costureira e figurinista se qualificou, formalizou a própria empresa – a Delci Figurinos – e abriu mão do Bolsa Família assim que a renda familiar melhorou.


Delci começou a colher os bons frutos do seu trabalho no último ano. Em julho passado, ela devolveu o cartão do Bolsa Família – hoje fatura quase R$ 2 mil por mês. “É com muito orgulho que entrego o meu cartão. Com esse dinheiro foi possível pagar as contas e dar segurança para os meus filhos”, disse na época, emocionada. Em todo o país, 2,8 milhões de famílias já deixaram o Bolsa Família por meio do desligamento voluntário ou por optarem por não se recadastrar.


Ela lembra que o apoio dos programas sociais, como o Bolsa Família, “foi essencial na fase mais difícil” quando se divorciou e teve que criar sozinha duas crianças pequenas. “A gente vivia com meio salário mínimo [R$ 362]. Passamos por uma situação complicada. Há muito tempo, somos só nós três.”


O Bolsa Família também ajudou Delci a voltar para sala de aula – ela tinha parado os estudos na antiga quarta série do ensino fundamental. Mas para vencer a barreira da pobreza extrema, a figurinista sabia que precisava também de qualificação profissional. Em 2012, fez dois cursos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), na modalidade Brasil Sem Miséria: o de desenho de moda pelo Senac e o de desenhista de calçados pelo Senai.


Os filhos Graziele (18) e Daniel (17) seguiram o mesmo caminho e fizeram o curso de auxiliar administrativo do programa. Hoje eles ajudam na administração da Delci Figurinos. “Meus filhos estão crescendo com uma carreira. Eles já podem ser independentes.”


Dedicada, a gaúcha revela que sempre quis trabalhar com criação de roupas. “Sabia que ia fazer algo diferente, fora da caixinha. Nunca imaginei que chegaria a isso.” Ela conta que se diverte produzindo figurinos para espetáculos de dança e teatro, além de vestidos de festas para misses e modelos. “Fazer figurino é descoberta, é desafiador para mim. Sempre quis ser reconhecida pelo meu trabalho. Hoje sei que consegui. Estou muito realizada”, afirma ela, que quer fazer faculdade de moda no ano que vem, quando vai completar 50 anos.

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