terça-feira, 4 de novembro de 2014

Líderes do consumo elevam os preços e perdem vendas


Por Adriana Meyge, Cibelle Bouças, Adriana Mattos e Cynthia Malta | De São Paulo
Com os brasileiros começando a moderar os gastos após anos de expansão, grandes fabricantes de produtos de consumo, como Ambev, Coca-Cola, Natura, Avon e Unilever, estão registrando recuo nas vendas ou taxas modestas de crescimento. Para compensar essa realidade e manter as margens de lucro, reajustam preços.
O setor de bebidas (incluindo cerveja, refrigerante, chope e cachaça) aplicou em setembro um reajuste médio de 7,04% - o maior em quatro anos. Em 12 meses, o aumento foi de 8,59%. Esses reajustes estão registrados no Índice de Preços ao Produtor, do IBGE, que verifica preços na porta de fábrica, sem impostos e frete.
Os aumentos no setor de bebidas, em especial no mês de setembro, quando as fabricantes começam a preparar o portfólio para o verão, ajudou a jogar para baixo as vendas de refrigerantes da Ambev e da Coca-Cola - respectivamente, 0,6% e 1%. No varejo, o preço do refrigerante subiu 6,24% nos 12 meses até setembro. A cerveja, no mesmo período, ficou 5,61% mais cara, segundo a inflação medida pelo IPCA.
A Avon e a Natura, empresas que dominam o mercado nacional de cosméticos, registraram queda nas vendas do terceiro trimestre, quando comparadas às do mesmo período do ano passado - respectivamente, 5% e 15%. Para a presidente global da Avon, Sheri McCoy, três fatores explicam o mau desempenho: a economia fraca e os gastos menores dos consumidores, o ambiente competitivo mais difícil e uma execução "decepcionante" por parte da empresa.
No caso da multinacional Unilever, que produz itens de higiene e limpeza, além de alimentos, as vendas cresceram apenas 2,4% entre julho e setembro na América Latina. A companhia não revela dados separados do Brasil, mas informa que suas receitas aumentaram 12,4% na região, impulsionadas por correções nos preços.


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