247 - A retirada do busto de Victor Civita da sede da Abril, noticiada em primeira mão pelo 247 (leia aqui), levou o jornalista Paulo Nogueira, ex-diretor da Abril e hoje editor do Diário do Centro do Mundo, a refletir sobre a decadência da empresa dos Civita. "A Abril está morrendo", diz ele.
"A retirada do busto de Victor Civita do saguão da sede da editora Abril neste começo de janeiro é um capítulo dramático do declínio acelerado daquela que foi uma das maiores empresas de jornalismo. A Abril está morrendo. Victor Civita foi abatido porque a Abril já não tinha mais como bancar o aluguel do megalomaníaco prédio da Marginal de Pinheiros. Ao devolver uma das duas torres, perdeu o direito de exibir o fundador da empresa. Para os futuros inquilinos, o busto de VC, como era chamado, não faria sentido nenhum", diz ele.
"A morte de uma empresa de jornalismo é um processo lento. Não é fácil identificar o momento em que as coisas começam a dar errado. Depois tudo se aclara, e o fim é evidente. As últimas etapas são agônicas, e é isto o que a Abril está vivendo. A torre remanescente dificilmente sobreviverá por muito tempo, bem como uma série de revistas e, lamentavelmente, centenas de empregos."
Segundo Paulo Nogueira, "na destruição de um velho mundo na imprensa e na construção de um novo, a remoção do busto de Victor Civita é um marco histórico".
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