domingo, 8 de fevereiro de 2015

Mais de 400 rabinos em todo o mundo pedem que Israel deixe de demolir casas palestinas



Em 2014, foi batido o recorde com 590 construções palestinas destruídas na Cisjordânia e no leste e Jerusalém; mais de mil pessoas ficaram sem moradia
Após o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciar a destruição de mais de 400 casas palestinas na Cisjordânia, centenas de rabinos assinaram uma carta aberta na qual pedem o fim de tal prática, como informou o jornal The Independent neste sábado (07/02).
Flickr/ Oxfam International

Homem lamenta destruição de sua casa durante bombardeios realizados em 2014 durante Operação Margem Protetora
Mais de 400 integrantes do grupo Rabinos pelos Direitos Humanos de Israel, Grã-Bretanha e outros países  argumentam que tal prática não está de acordo com a “lei internacional, nem com a tradição judaica”.
De acordo com reportagem do Daily Mail, as casas pré-fabricadas foram financiadas pela União Europeia, mas não têm licença de construção e serão demolidas como estruturas ilegais.
“Milhares são forçados a construir sem permissão e um grande sofrimento humano é causado quando centenas de casas são destruídas todos os anos”, diz a carta que também atribui a Israel a responsabilidade de garantir os direitos humanos das pessoas que estão sob seu controle.

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Discriminação
O Ocha (Escritório para Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU) afirma que as políticas de planejamento aprovadas por Israel na Área C na Cisjordânia discrimina os palestinos, fazendo com que seja “extremamente difícil” para eles obterem a permissão para a construção.
De acordo com o Coordenador e Residente da ONU James Rawley, “nos últimos três dias, 77 palestinos, a maioria deles crianças, ficaram sem casa”.
Somente em 2014 - quando foi realizada a Operação Margem Protetora, que matou mais de 2.000 palestinos e cerca de 70 israelenses -, 590 construções palestinas foram destruídas na Cisjordânia e no leste de Jerusalém pelas autoridades israelenses, deslocando 1.177 pessoas, de acordo com dados do Ocha. Foi o maior número desde que o escritório começou a monitorar as pessoas deslocadas, em 2008.

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