Em 2014, foi batido o recorde com 590 construções palestinas destruídas na Cisjordânia e no leste e Jerusalém; mais de mil pessoas ficaram sem moradia
Após o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciar a destruição de mais de 400 casas palestinas na Cisjordânia, centenas de rabinos assinaram uma carta aberta na qual pedem o fim de tal prática, como informou o jornal The Independent neste sábado (07/02).
Flickr/ Oxfam International
Homem lamenta destruição de sua casa durante bombardeios realizados em 2014 durante Operação Margem Protetora
Homem lamenta destruição de sua casa durante bombardeios realizados em 2014 durante Operação Margem Protetora
Mais de 400 integrantes do grupo Rabinos pelos Direitos Humanos de Israel, Grã-Bretanha e outros países argumentam que tal prática não está de acordo com a “lei internacional, nem com a tradição judaica”.
De acordo com reportagem do Daily Mail, as casas pré-fabricadas foram financiadas pela União Europeia, mas não têm licença de construção e serão demolidas como estruturas ilegais.
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“Milhares são forçados a construir sem permissão e um grande sofrimento humano é causado quando centenas de casas são destruídas todos os anos”, diz a carta que também atribui a Israel a responsabilidade de garantir os direitos humanos das pessoas que estão sob seu controle.
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Discriminação
O Ocha (Escritório para Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU) afirma que as políticas de planejamento aprovadas por Israel na Área C na Cisjordânia discrimina os palestinos, fazendo com que seja “extremamente difícil” para eles obterem a permissão para a construção.
De acordo com o Coordenador e Residente da ONU James Rawley, “nos últimos três dias, 77 palestinos, a maioria deles crianças, ficaram sem casa”.
Somente em 2014 - quando foi realizada a Operação Margem Protetora, que matou mais de 2.000 palestinos e cerca de 70 israelenses -, 590 construções palestinas foram destruídas na Cisjordânia e no leste de Jerusalém pelas autoridades israelenses, deslocando 1.177 pessoas, de acordo com dados do Ocha. Foi o maior número desde que o escritório começou a monitorar as pessoas deslocadas, em 2008.
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