terça-feira, 7 de agosto de 2012

Defesa de Delúbio confessa caixa 2 e nega compra de votos


Defesa de Delúbio confessa caixa 2 e nega compra de votos

Advogado afirma que ex-tesoureiro do PT admite ter operado caixa 2 na campanha presidencial de 2002, mas nega ter corrompido quem quer que seja. Estudo entregue aos juízes mostra que apoio às votações no Congresso diminuiu quando repasse de recursos aumentou. Segundo defesa, Delúbio cuidava só da parte financeira do PT e não se envolveu em negociações de apoio parlamentar.

Brasília - O advogado Arnaldo Malheiros Filho, que defende o ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT), Delúbio Soares, no julgamento da Ação Penal 470, vulgo mensalão, sustentou, nesta segunda-feira (6) que seu cliente, acusado de formação de quadrilha e corrupção ativa, operou recursos não contabilizados na campanha à presidência da República em 2002, mas refutou a tese de compra de votos de parlamentares. “A prova é pífia, esgarçada, é rala”, taxou. 

Em alusão à fala do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que na semana passada questionou o fato das transações verificadas no mensalão terem sido feitas com dinheiro vivo e não via transferências bancárias, Malheiros afirmou: "O PT não podia fazer transferência bancária porque o dinheiro era ilícito mesmo (...) Ele [Delúbio] operou caixa 2? Operou. É ilícito? É. Ele não nega. Mas ele não corrompeu ninguém".

O advogado resgatou a história da formação de chapa PT-PL (Lula-José Alencar) para a disputa presidencial, em 2002, para afirmar que o acordo do partido de seu cliente com as demais agremiações que viriam a compor a base do governo era estritamente para custeio de campanha. Malheiros ainda entregou aos ministros do Supremo um estudo no qual diz demonstrar que o apoio de PL, PTB e PMDB no Congresso Nacional diminuiu nos momentos em que os repasses de recurso aumentaram, excetuando-se o PP, onde houve estabilidade, mas o apoio não passava de 80% da bancada. Ele ainda declarou que, no que tange a acusação de compra de votos, o problema, para além da falta de provas, está na própria imputação: “Falta dizer ‘este foi o ato de ofício’, ou ‘nesse dia os deputados votaram desse jeito’, há uma carência [na acusação]”.

A defesa também sustentou que Delúbio Soares cuidava exclusivamente da parte financeira do PT e nunca se envolveu em negociações de apoio parlamentar.


Fotos: Felipe Sampaio/STF 

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