terça-feira, 7 de agosto de 2012

EUA: povos usavam bebida semelhante a café em rituais Habitantes que viviam entre 700 e 900 anos atrás em Cahokia - um grande assentamento próximo à confluência dos rios Missouri e Mississipi, no Estado americano de Illinois - usavam uma bebida com cafeína feita das folhas de um azevinho, conhecido também como árvore sagrada. Os cientistas acreditam que a bebida era utilizada em rituais religiosos. As informações são de uma pesquisa publicada na revista Proceedings of the National Academy of Sciences. A descoberta foi feita a partir da análise de resíduos em copos de cerâmica em Cahokia e arredores. É o primeiro uso conhecido dessa "bebida preta" na América do Norte. Ela demonstra que uma ampla rede de cultura e comércio teria prosperado no meio-oeste e sudeste dos EUA em uma data próxima a 1.050 d.C. O achado ressalta a importância cultural de Grande Cahokia, uma cidade que, em seu auge, teve cerca de 50 mil habitantes. A presença da "bebida preta", feita de uma planta que crescia a quilômetros de distância, principalmente na costa do Golfo, é prova de uma rede de trocas substancial no sudeste. "Eu diria que foi a primeira cidade pan-indígena na América do Norte. A evidência de artefatos indica que pessoas de uma ampla região estavam em contato com Cahokia. Esse é um nível de densidade populacional, um nível de organização política que ainda não tinha sido visto aqui", explica Thomas Emerson, diretor do Levantamento Arqueológico do Estado de Illinois e colaborador no estudo. Uma das explicações apontadas por Emerson para essa integração entre as regiões é a religião. Os europeus foram os primeiros a registrarem o uso daquilo que chamaram de "bebida preta" pelos americanos nativos no sudeste. O líquido, um chá escuro, era feito das folhas de ilex vomitoria, um tipo de azevinho que contém cafeína. Os grupos usaram a bebida para diferentes propósitos, mas para muitos foi um componente chave em rituais de purificação. A grande concentração de cafeína - cerca de seis vezes a de um café forte, segundo algumas estimativas - induzia a sudorese. O rápido consumo de grandes quantidades do líquido quente fazia com que os homens vomitassem, uma parte importante nos ritos. Os copos também parecem ser uma invenção de Cahokia. Eles são como potes cilíndricos com uma alça do lado e um pequeno bico do outro. Muitos estão esculpidos com símbolos representando a água e o submundo, e lembram as conchas de búzios usadas em cerimônias de bebidas negras no sudeste, onde o azevinho Yaupon cresce. Segundo Emerson, os pesquisadores decidiram buscar por evidências da bebida preta nos copos porque eles eram bastante raros. A equipe descobriu marcas bioquímicas específicas na bebida - teobromina, cafeína e ácido ursólico - nas proporções adequadas, em cada um dos oito recipientes testados. Os copos são datados entre 1050 e 1250 d.C e foram coletados em locais ritualísticos em Cahokia e nas proximidades. Notícias Terra




Habitantes que viviam entre 700 e 900 anos atrás em Cahokia - um grande assentamento próximo à confluência dos rios Missouri e Mississipi, no Estado americano de Illinois - usavam uma bebida com cafeína feita das folhas de um azevinho, conhecido também como árvore sagrada. Os cientistas acreditam que a bebida era utilizada em rituais religiosos. As informações são de uma pesquisa publicada na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
A descoberta foi feita a partir da análise de resíduos em copos de cerâmica em Cahokia e arredores. É o primeiro uso conhecido dessa "bebida preta" na América do Norte. Ela demonstra que uma ampla rede de cultura e comércio teria prosperado no meio-oeste e sudeste dos EUA em uma data próxima a 1.050 d.C. O achado ressalta a importância cultural de Grande Cahokia, uma cidade que, em seu auge, teve cerca de 50 mil habitantes.
A presença da "bebida preta", feita de uma planta que crescia a quilômetros de distância, principalmente na costa do Golfo, é prova de uma rede de trocas substancial no sudeste. "Eu diria que foi a primeira cidade pan-indígena na América do Norte. A evidência de artefatos indica que pessoas de uma ampla região estavam em contato com Cahokia. Esse é um nível de densidade populacional, um nível de organização política que ainda não tinha sido visto aqui", explica Thomas Emerson, diretor do Levantamento Arqueológico do Estado de Illinois e colaborador no estudo.
Uma das explicações apontadas por Emerson para essa integração entre as regiões é a religião. Os europeus foram os primeiros a registrarem o uso daquilo que chamaram de "bebida preta" pelos americanos nativos no sudeste. O líquido, um chá escuro, era feito das folhas de ilex vomitoria, um tipo de azevinho que contém cafeína.
Os grupos usaram a bebida para diferentes propósitos, mas para muitos foi um componente chave em rituais de purificação. A grande concentração de cafeína - cerca de seis vezes a de um café forte, segundo algumas estimativas - induzia a sudorese. O rápido consumo de grandes quantidades do líquido quente fazia com que os homens vomitassem, uma parte importante nos ritos.
Os copos também parecem ser uma invenção de Cahokia. Eles são como potes cilíndricos com uma alça do lado e um pequeno bico do outro. Muitos estão esculpidos com símbolos representando a água e o submundo, e lembram as conchas de búzios usadas em cerimônias de bebidas negras no sudeste, onde o azevinho Yaupon cresce.
Segundo Emerson, os pesquisadores decidiram buscar por evidências da bebida preta nos copos porque eles eram bastante raros. A equipe descobriu marcas bioquímicas específicas na bebida - teobromina, cafeína e ácido ursólico - nas proporções adequadas, em cada um dos oito recipientes testados. Os copos são datados entre 1050 e 1250 d.C e foram coletados em locais ritualísticos em Cahokia e nas proximidades.
Notícias Terra

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