terça-feira, 7 de agosto de 2012

Menor oferta de café de qualidade trava embarques da Cooxupé



Por Carine Ferreira | Valor

SÃO PAULO - A maior cooperativa de café do mundo, a mineira Cooxupé, continua a não firmar contratos de longo prazo para os cafés de melhor qualidade. A informação é de Joaquim Libânio, diretor de exportação da cooperativa. Ele afirma que a Cooxupé, por ser uma exportadora com credibilidade no mercado internacional (no ano passado foi a maior exportadora de café do país) aguarda uma definição melhor da oferta de cafés finos para fechar contratos. A definição somente será possível a partir do fim deste mês e início de setembro, quando deve terminar a colheita do ciclo 2012/13.

Libânio afirma que, neste mesmo período de 2011, cerca de 80% a 85% do café da área pesquisada da cooperativa eram classificados como “finos” para embarque. Atualmente, este índice é de 56%. E 30% da safra está no chão em função das chuvas registradas principalmente em maio e junho. Ele classifica que a situação é geral e um dos anos mais difíceis para a cafeicultura. “Todos os exportadores estão cautelosos”, diz.

Os importadores, na sua avaliação, compreendem a situação, mas também não podem contar com o fornecimento de outros países, cujo volume de café fino é muito pequeno em relação ao Brasil, responsável por cerca de 30% do mercado mundial de grãos arábicas. Os pedidos dos importadores já começaram, apesar de a demanda não ser tão intensa neste momento, mas deve aumentar no último trimestre do ano, período de baixas temperaturas no hemisfério Norte.

Diante da situação, a cooperativa está fechando contratos de forma conservadora para cafés de média qualidade. O diretor da Cooxupé crê que vai faltar café de boa qualidade no mundo e os importadores vão ter de partir para os grãos de média qualidade.

A Cooxupé também deve rever a meta de exportação estabelecida no início deste ano, de crescimento de 18% sobre o recorde de 2,46 milhões de sacas em 2011. “O cenário mudou e não sabemos como o mercado vai reagir”, afirma Libânio. A cooperativa vende o café para vários mercados, entre eles Europa, Estados Unidos, Japão, China, Coreia do Sul, Austrália e Rússia.

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