quinta-feira, 9 de agosto de 2012

O QUE PODE A INTERNET FAZER. E FAZ..


CONHECI JOSÉ HEINEMANN NA INTERNET,VIA O AMIGO COMUM HELMAR POTRATZ. JOSÉ TINHA INTERESSE NO FILME VALE DO CANAÃ DE JECE VALADÃO.
ME  PEDIU AJUDA PARA ENCONTRAR O FILME.
EU PEDI  AJUDA A MEU IRMÃO HIGNER, QUE RESOLVEU O PROBLEMA.
ABAIXO O TEXTO QUE RECEBI DE HEINEMANN. 

Mansur.                                                                                                                                       31.07.2012
A partir de 1970 deixei a capital de São Paulo onde morava com meus Pais. Comecei a me engajar na comunidade religiosa da Paróquia local. Naquele tempo estava no auge o Prejeto Rondon do Governo Brasileiro. Como fazia parte da juventude de minha comunidade, os religiosos católicos e luteranos resolveram também mandar jovens para o interior do Brasil, para que com seus parcos conhecimentos pudessem vivenciar a vida simples da roça. Mais aprendemos do que ensinamos. Em julho de 1970 estava conhecendo a realidade dos colonos descendentes de pomeranos de Vila Pavão, Vila Valério e São Gabriel da Palha no norte do ES. Fiquei mais tempo sediado em Vila Valério em casa de colonos bem simples que não possuiam luz elétrica, nem telefone fixo. Acordavámos cedo, ás 5 horas da manhã e iamos para roça trabalhar nas lavouras de café, variedade nova: o connilon. No início de agosto fiquei sabendo por moradores da cidade que receberam visitas de seus parentes de Santa Maria de Jetibá, das terras altas e frias, que um cineasta de nome Jece Valadão estava hospedado na casa do Sr. Henrique Potratz e da Professora Gerda Roelke Potratz. Na casa do casal amigo montou uma grande barraca e usou 3 depêndencias do lugar, para  ser o Set de filmagem sobre o tema pomeranos. Estava gravando em pilícula um filme sobre os Pomeranos, baseado no romance do Juiz Graça Aranha que serviu a Comarca de Santa Leopoldina entre 1898 a 1902 e escreveu um livro: Canãa. Graça Aranha era Juiz e escritor maranhense. Em seu livro Canãa, retrata o modo de vida da Colônia de Santa Leopoldina e o desenvolvimento da cultura de café a cargo de imigrantes alemães e pomeranos, que chegaram a região a partir de 1857. Na época nem liguei, estava mais interessado em conhecer a vivência e trabalho dos meus hospedeiros. Voltei no final de ano para S.Paulo. No ano de 1973 larguei tudo e voltei ao Estado do Espírito Santo. Dessa vez para estudar Diaconia no internato de Lagoa, distrito de Afonso Cláudio, a exatos 60 km de distância de Santa Maria de Jetibá. Me formei diácono da Igreja e voltei ao sul continuar os estudos, agora na linha teólogica mais aprofundada. Mas meus estudos eram sempre interrompidos por doenças e voltei á São Paulo para me tratar. Em 1977 hospitalizado assisti pela TV Cultura um trecho do filme de Jece Valadão, justamente o filme dele que havia feito e gravado em Santa Maria de Jetibá e Santa Leopoldina em 1970. Mas, o filme: O Vale do Canãa estreou nas telas da cidade do Rio de Janeiro somente em 1971. Do pouco que vi do filme o que mais me chamou a atenção foram os moradores com rostos realmente de pomeranos, as paisagens e a casa antiga como cenário principal. Naquela época no cinema brasileiro não era comum ser todos artistas. O diretor levava para a cena alguns artistas e outros eram escolhidos entre o povo e muitas cenas o povo de Santa Maria fêz parte ativa, se mesclando com os artistas principais. Coincidência ou não, sem saber escolhi e mandei tirar foto da casa que foi cenário principal do filme. A foto ficou bonita e foi tirada do alto da estrada onde consta o velho casarão dos Schulthais e o vale. A foto será a capa de meu livro: Pomeranos no Paraíso que será editado no primeiro semestre de 2013.
Comecei assim uma busca incessante pelo filme. Percorri todos os núcleos de descendentes pomeranos no País e em cada núcleo pedia as pessoas, historiadores, professores e amantes da cultura pomerana se conheciam o Filme e muitos diziam não. E diziam, só conhecemos o filme que foi feito em nossa cidade, um curta metragem. É um filme documentário sobre os Pomeranos. Assim de cada lugar fui sempre adquirindo novos filmes sobre a cultura pomerana. Mas, ainda faltava o primeiro filme no País que foi feito sobre os pomeranos. Voltei ao ES em 1980 e trabalhei como professor no internato de Lagoa onde estudei. Juntamente com alunos, colegas professores e comunidade local conseguimos muitas peças e um acervo grande doado pelas comunidades luteranas e católica. As peças não cabiam mais em meu quarto. Resolvi com a comunidade local fazer um Museu Pomerano, o primeiro do Estado do Espírito Santo que só retrata a cultura pomerana. O Museu foi inaugurado em 28.11.1980, atualmente com 32 anos e funcionando. Depois vim em definitivo para o sul e cursei na grande Universidade do Vale do Rio dos Sinos o curso de História e me dediquei de corpo e alma a causa da historicidade pomerana. Ainda recebo doações de acervo sobre cultura pomerana e envio aos Museus que preservam essa cultura. Mas sempre havia uma lacuna, não tinha conseguido o filme de Jece Valadão. Em dezembro de 2010 escrevi para Luciana Gimenez do Super Pop, pois a Mãe dela Vera Gimenez foi casada com Jece Valadão. Gentilmente recebeu minha carta, mas não tinha o filme. No início de 2012 o ex-prefeito, Helmar Potratz intermédio o contato com o Amigo Ronald Mansur. Expliquei o caso detalhadamente e Mansur, quando pode seguiu para Castelo do Itapemirim e foi na casa dos Familiares de Jece Valadãoe conseguiu da Família amiga sua um filme em DVD e surpreendentemente me enviou de presente e sem nenhum custo. Imediatamente me lembrei de uma frase de um velho professor de teologia deixou para mim quando foi embora em definitivo do Brasil:
“ O amor ao próximo geralmente vêm do outro lado. Do lado do estrangeiro, daqueles que nem conhecemos direito...”
Graças ao Amigo Mansur a coleção de filmes pomeranos está completa e segura. Aguardei por isso 35 anos e dois meses e ontem finalmente eu e minha esposa Júlia vimos na íntegra o filme. E foi muito bom rever lugares que vivemos, passeamos e revimos amigos que já nos deixaram. E mais interessante os que fizeram parte do filme e seus descendenhtes nunca viram essas cenas que em nossos dias valem OURO. A Homenagem aqui é para o Nobre Amigo RONALD MANSUR.

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