quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Ecoeficiência apresenta bons resultados com suínos e café


Aplicação de método faz capital investido na cafeicultura e suinocultura ser recuperado em apenas 13 meses

Criação de porcos
Criação de porcos: segundo o estudo, propriedade é capaz de fechar ciclos produtivos dentro da própria planta industrial

São Paulo - Pesquisa realizada na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEARP) da USP comprovou a viabilidade da aplicação do conceito de ecoeficiência em uma propriedade rural de 250 hectares destinada à produção e processamento de suínos e à cafeicultura, localizada no município de Caconde (interior de São Paulo).
Desenvolvida pelos mestrandos em Administração de Organizações Alexandre Leoneti e Glauco Caldo, e pelos professores Marcio Mattos Borges de Oliveira e Sonia Valle Walter Borges de Oliveira, a pesquisa estudou a implementação de sistemas que reutilizam resíduos da cria e do processamento de porcos na geração de energia e na produção de biofertilizantes para lavouras de milho e café.
“O estudo mostrou a capacidade da propriedade em fechar ciclos produtivos dentro da própria planta industrial. O que era resíduo volta em forma de alimento, energia, combustível e adubo”, afirma Sonia Oliveira, que coordenou a pesquisa. Os autores do artigo, que já receberam convites para apresentar o estudo no Canadá, China, África do Sul e países da Europa, identificaram, na época da realização da pesquisa, que o custo do biodiesel produzido na propriedade, com gordura resultante do processamento dos suínos da propriedade, gordura de bovinos e óleo de cozinha usado é 46% menor que o preço de mercado.
O artigo mostra também que com o sistema de biodigestores e a miniusina de biodiesel, o produtor economiza, por mês, R$ 8 mil cortando 100% dos custos com diesel e GLP, 40% dos custos com fertilizantes e 50% do consumo de energia elétrica de toda a propriedade. Ainda de acordo com o estudo, se todo o investimento inicial, estimado em R$ 100 mil, tivesse sido feito todo com capital próprio, a empresa teria obtido uma taxa de retorno de 7,38% ao mês ao longo de três anos.
A partir do 13º mês, os investimentos estariam pagos e os ganhos com o sistema já poderiam ser considerados lucros. Calculados o desembolso do fluxo de caixa, correção monetária e o valor economizado mensalmente no período, os R$ 100 mil iniciais proporcionariam ganhos de R$ 243 mil.
EXAME.ABRIL

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