sexta-feira, 3 de agosto de 2012

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Nos Estados Unidos e no Brasil, surgem novos sinais de que empresa recusa-se a assumir compromissos com uso de componentes sustentáveis e com redução e reciclagem do lixo eletrônico
Por André Trigueiro, no Mundosustentável
O gênero de resíduos que mais cresce no mundo é o lixo eletrônico, ou seja, pilhas, baterias e tudo o que precise de eletricidade para funcionar (computadores, televisores, aparelhos de som,etc). Os obsessivos lançamentos de novos produtos e o encurtamento da obsolescência programada (equipamentos projetados para durar pouco) são responsáveis por uma “tsunami” de lixo eletrônico que já ultrapassou 50 milhões de toneladas/ano em todo o mundo.
Para reduzir o volume de lixo – e facilitar o reúso ou a reciclagem dos componentes – os Estados Unidos criaram uma certificação ambiental para produtos eletrônicos (EPEAT http://www.epeat.net ) que valoriza, entre outras iniciativas, eficiência energética, maior facilidade para desmontar o equipamento após o descarte e segurança na segregação dos componentes tóxicos.
Segundo reportagem do Wall Street Journal, o Governo dos Estados Unidos exige que 95% dos produtos eletrônicos adquiridos com recursos públicos sejam certificados pelos padrões da EPEAT. Também seguem a certificação grandes empresas como a Ford e HSBC. Duzentas e vinte e duas das mais importantes universidades norte-americanas também dão preferência a computadores certificados pelo EPEAT.
Pois a mesma reportagem informa que um funcionário da Apple avisou, no final de junho ao Diretor Executivo da EPEAT, Robert Frisbee, que a orientação de design da empresa não era mais compatível com as exigências da EPEAT, e que por isso, pediu para tirar da lista de produtos sujeitos à certificação ambiental 39 computadores desktop, monitores e laptops (incluindo alguns modelos MacBook Pro e MacBook Air).
Foi a segunda vez em menos de três meses que a Apple desapontou seus seguidores mais antenados com os assuntos na sustentabilidade. No último mês de abril a empresa apareceu como vilã em um relatório do Greenpeace que avaliou as fontes de energia mais utilizadas pelas gigantes da TI. O relatório “How clean is your cloud?”  informou que mais da metade da energia que mantém a estrutura da Apple funcionando tem origem em combustíveis fósseis, principalmente o carvão mineral.
Completando a onda de notícias ruins que alcançam a maçã de Steve Jobs, um relatório recente produzido pelo Centro de Descarte e Reúso de Resíduos de Informática da Universidade de São Paulo (USP) avaliou os esforços realizados pelas empresas que atuam no Brasil para recuperar os equipamentos que são descartados como lixo. Pela atual Lei Nacional de Resíduos Sólidos, essas empresas são obrigadas a promover a logística reversa, ou seja, a recuperação desses produtos quando eles são descartados como lixo. A Apple (juntamente com Samsung, Sony, IBM, Proviews e Brother) aparece na lista negra do relatório, justamente entre as empresas que não se prontificam a buscar o resíduo (quando o usuário está pronto para descartá-lo como lixo), nem aceitá-lo quando entregue em uma de suas lojas.
É pena saber de tudo isso depois de já ter um Iphone.
Se a Apple não desmonstrar de forma bastante convicente seu comprometimento com os valores socioambientais, será meu último tablet sabor maçã.
PS: Este espaço está completamente disponível para que a Apple faça as considerações que desejar.

André Trigueiro
Leia também:
  1. Ei, mas o sertão não é mais de vidas secas?
  2. Repórteres sem Fronteiras — mas com partido
  3. Fora da mídia, mas forte nas ruas
  4. Água: a privatização patina, mas o direito ainda está distante
  5. Equador: golpistas parecem isolados, mas sequestraram presidente
  6. Quem combate o aquecimento da Terra?
  7. PAC-2: a fata de um olhar estratégico
  8. Polêmica: é possível crescimento sustentável?
  9. Terra Livre no Planalto Central
  10. Assim desmatam os milionários


Nos Estados Unidos e no Brasil, surgem novos sinais de que empresa recusa-se a assumir compromissos com uso de componentes sustentáveis e com redução e reciclagem do lixo eletrônico
Por André Trigueiro, no Mundosustentável
O gênero de resíduos que mais cresce no mundo é o lixo eletrônico, ou seja, pilhas, baterias e tudo o que precise de eletricidade para funcionar (computadores, televisores, aparelhos de som,etc). Os obsessivos lançamentos de novos produtos e o encurtamento da obsolescência programada (equipamentos projetados para durar pouco) são responsáveis por uma “tsunami” de lixo eletrônico que já ultrapassou 50 milhões de toneladas/ano em todo o mundo.
Para reduzir o volume de lixo – e facilitar o reúso ou a reciclagem dos componentes – os Estados Unidos criaram uma certificação ambiental para produtos eletrônicos (EPEAT http://www.epeat.net ) que valoriza, entre outras iniciativas, eficiência energética, maior facilidade para desmontar o equipamento após o descarte e segurança na segregação dos componentes tóxicos.
Segundo reportagem do Wall Street Journal, o Governo dos Estados Unidos exige que 95% dos produtos eletrônicos adquiridos com recursos públicos sejam certificados pelos padrões da EPEAT. Também seguem a certificação grandes empresas como a Ford e HSBC. Duzentas e vinte e duas das mais importantes universidades norte-americanas também dão preferência a computadores certificados pelo EPEAT.
Pois a mesma reportagem informa que um funcionário da Apple avisou, no final de junho ao Diretor Executivo da EPEAT, Robert Frisbee, que a orientação de design da empresa não era mais compatível com as exigências da EPEAT, e que por isso, pediu para tirar da lista de produtos sujeitos à certificação ambiental 39 computadores desktop, monitores e laptops (incluindo alguns modelos MacBook Pro e MacBook Air).
Foi a segunda vez em menos de três meses que a Apple desapontou seus seguidores mais antenados com os assuntos na sustentabilidade. No último mês de abril a empresa apareceu como vilã em um relatório do Greenpeace que avaliou as fontes de energia mais utilizadas pelas gigantes da TI. O relatório “How clean is your cloud?”  informou que mais da metade da energia que mantém a estrutura da Apple funcionando tem origem em combustíveis fósseis, principalmente o carvão mineral.
Completando a onda de notícias ruins que alcançam a maçã de Steve Jobs, um relatório recente produzido pelo Centro de Descarte e Reúso de Resíduos de Informática da Universidade de São Paulo (USP) avaliou os esforços realizados pelas empresas que atuam no Brasil para recuperar os equipamentos que são descartados como lixo. Pela atual Lei Nacional de Resíduos Sólidos, essas empresas são obrigadas a promover a logística reversa, ou seja, a recuperação desses produtos quando eles são descartados como lixo. A Apple (juntamente com Samsung, Sony, IBM, Proviews e Brother) aparece na lista negra do relatório, justamente entre as empresas que não se prontificam a buscar o resíduo (quando o usuário está pronto para descartá-lo como lixo), nem aceitá-lo quando entregue em uma de suas lojas.
É pena saber de tudo isso depois de já ter um Iphone.
Se a Apple não desmonstrar de forma bastante convicente seu comprometimento com os valores socioambientais, será meu último tablet sabor maçã.
PS: Este espaço está completamente disponível para que a Apple faça as considerações que desejar.

André Trigueiro
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  1. Ei, mas o sertão não é mais de vidas secas?
  2. Repórteres sem Fronteiras — mas com partido
  3. Fora da mídia, mas forte nas ruas
  4. Água: a privatização patina, mas o direito ainda está distante
  5. Equador: golpistas parecem isolados, mas sequestraram presidente
  6. Quem combate o aquecimento da Terra?
  7. PAC-2: a fata de um olhar estratégico
  8. Polêmica: é possível crescimento sustentável?
  9. Terra Livre no Planalto Central
  10. Assim desmatam os milionários

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