segunda-feira, 29 de julho de 2013

Israel pode usar pretexto para atacar o Líbano?


Foto- http://missingpeace.eu/en/

Após o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, ter afirmado, que a colocação de seu grupo, na lista de terroristas, seria uma justificativa, para uma possível ação israelense contra o Líbano, já que poderiam afirmar que estariam lutando contra o terrorismo, o embaixador britânico, Tom Fletcher, rebateu, dizendo que isso não poderá servir como pretexto para um ataque israelense. 

 “O braço armado do Hezbollah, está na lista de terroristas, mas isso não é uma justificativa para uma ação israelense no país, apenas destina-se a impedir qualquer atentado em solo europeu, disse ele."

Segundo o líder do Hezbollah, “qualquer ataque israelense contra o Líbano ou a resistência, será em parte, responsabilidade da União Européia”.

"Esses países (europeus) fizeram-se responsáveis por qualquer ataque israelense, contra o Líbano ou a resistência do Líbano (Hezbollah), pois estão dando cobertura legal para Israel.” 

A Embaixadora da UE que esteve no Líbano, Angelina Eichhorst, também ressaltou nesta sexta-feira (26), que a decisão da União Europeia para a listar a ala militar do Hezbollah como terrorista, não justifica qualquer ação israelense contra o Líbano.

"A UE não tem como alvo, a seita xiita. Não vamos parar a concessão de vistos, e o Hezbollah participará com seus membros no próximo gabinete, e nós não faremos nada contra isso", disse Angelina.

"Nós rejeitamos o terrorismo, e sabemos diferenciar entre terrorismo e o direito de qualquer país de se defender contra a ocupação, nós só não queremos atentados em países europeus", acrescentou a diplomata.

Segundo Angelina, "não há evidências convincentes até agora, que prove, que a ala militar do Hezbollah esteja realmente envolvida no atentado da Bulgária”. 

O professor de Relações Internacionais e especialista na política do Oriente Média, Imad Bitar, explicou o porque da União Europeía, ter classificado parte do grupo como terrorista, e os políticos que sustentam o braço armado, não.

“De um lado, a UE condenou o Hezbollah, e do outro tem relações diplomáticas com membros políticos do grupo. Ou seja eles podem punir membros da ala militar do Hezbollah, mas depois se reúnem em relações diplomáticas com seus líderes. Tudo isso é uma jogada política, após pressão israelense e americana. Mas a União Européia não quer perder, ficar no meio termo, entre os países árabes, Líbano e Israel, seria o ideal, e foi o que fizeram. E no momento exato, quando os laços entre os países árabes e o Hezbollah estão enfraquecidos, pela guerra na Síria, o que fez, com que a União Européia, não sofresse pressão dos donos do petróleo." 

A União Européia foi elogiada e criticada por vários países do mundo, após a decisão sobre o Hezbollah.


Chadia Kobeissi
Gazeta de Beirute
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