terça-feira, 30 de julho de 2013

Viagem ao Líbano resgata origens


Grupo com 25 brasileiros, a maioria de origem libanesa, esteve no país árabe de 27 de junho a 9 de julho. Eles conheceram o cotidiano do Líbano e encontraram familiares. Viagem é organizada anualmente por monge maronita.


São Paulo – Um grupo com 25 brasileiros voltou do Líbano no início deste mês depois de uma viagem para conhecer as origens. A viagem é organizada anualmente pelo monge da Ordem Libanesa Maronita, o padre Silouanos Chamoun, libanês que atua há três anos e meio na Paróquia São Charbel, em Campinas, no interior paulista. O grupo esteve no país árabe entre 27 de junho e 9 de julho.
Divulgação
No Líbano, grupo esteve com Roberto Khatlab
“O objetivo dessas viagens é levar os descendentes de libaneses para o Líbano, para conhecerem sua terra de origem, e incentivá-los a pedirem cidadania libanesa. Também levo brasileiros [sem origem libanesa] que me receberam tão bem na terra da Santa Cruz, no Brasil, para que sejam recebidos no Líbano do mesmo jeito que fizeram aqui comigo”, afirmou Chamoun em entrevista à ANBA.

Outra motivação do religioso para organizar as viagens é mostrar a real face do seu país. “Tenho sempre grande vontade de falar para o mundo inteiro que o Líbano não é uma terra de guerra, mas de paz e de alegria. O país que foi reconstruído muitas vezes tem só vontade de vida e não de morte, de paz e não de guerra”, diz.

Não há limite de participantes na viagem. No ano passado, por exemplo, viajaram 45 pessoas. O grupo faz roteiro coletivo, que inclui visita a lugares turísticos e religiosos, caminhada na montanha no Vale Santo, um dia de praia. “A viagem dá uma ideia geral do Líbano e da vida de lá”, conta o monge. Cada participante também encontra os seus familiares. Grande parte das pessoas que viaja vê seus parentes pela primeira vez.

Eles também tiveram um encontro com o líbano-brasileiro Roberto Khatlab, diretor do Centro de Estudos e Culturas da América Latina da Universidade Saint-Esprit de Kaslik (Cecal-Usek), do qual ouviram uma palestra sobre o país árabe, sua história, arqueologia, emigração e importância da manutenção dos laços familiares entre os dois países. “Os emigrantes e filhos de emigrantes libaneses são a grande força do Líbano”, afirmou Khatlab, que é autor de um guia turístico do Líbano em português.

“É importante para os descendentes conhecer a cultura de origem deles. No Brasil, os descendentes são chamados de descendentes de libaneses. No Líbano são chamados libaneses imigrantes. O Líbano nunca esqueceu deles e a Igreja Maronita imigrou também atrás deles para lhes dar o apoio e os sacramentos espirituais”, disse Chamoun, afirmando ainda que se sente responsável por esses imigrantes e por fazer ponte entre eles e o seu país de origem, entre o Brasil e o Líbano.

Além desta viagem anual, o monge leva adiante, em Campinas, uma série de atividades que resgatam a cultura árabe e libanesa. Ele ensina música e canto em aramaico e montou um coral que se apresenta em aramaico. Também dá aulas de idioma árabe, montou um grupo de dabke, dança folclórica árabe. “Depois de dar as aulas e as palestras, a próxima etapa foi incentivar essas pessoas a conhecer o Líbano, a terra do Cedro e de São Charbel”, afirma Chamoun.

A data da próxima viagem, no ano que vem, ainda não está definida. De acordo com o padre, há algumas pessoas querendo passar o Ano Novo no Líbano e essa possibilidade será avaliada. Como a viagem não tem fins lucrativos, o preço não é alto. A preço da passagem varia segundo a companhia aérea e agência de viagem, mas neste ano, a parte terrestre, por exemplo, custou US$ 1,3 mil. O valor inclui a estadia em hotel, três refeições, transporte e entradas nos lugares turísticos. A Ordem Libanesa Maronita ajuda nas despesas, o que acaba barateando o custo para os viajantes.

Contato:
Padre Silouanos Chamoun
Paróquia São Charbel – Campinas – SP
Telefone: (19) 3266-7222

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