quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Nova indicação da Cirurgia Metabólica traz esperança para pacientes com Diabetes tipo 2

29/09/2014



Hospital Alemão Oswaldo Cruz
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima 347 milhões de casos de diabetes em todo o mundo, o que representa cerca de 5% da população. No Brasil, dados do Ministério da Saúde indicam que aproximadamente 11% da população tenham diabetes. Considerada uma epidemia mundial, a enfermidade está relacionada ao sedentarismo, a dietas pouco saudáveis e ao aumento da obesidade.
Esse cenário preocupa tanto os médicos, quanto as autoridades globais da saúde. Recentemente, o governo britânico anunciou a ampliação dos critérios para indicação da cirurgia metabólica como opção terapêutica para os diabéticos não controlados com o tratamento clínico. Essa nova diretriz permite que pacientes que tenham diabetes tipo 2 e índice de massa corporal (IMC) maior do que 30 kg/m² possam ser operados. Atualmente, a cirurgia é indicada apenas para obesos mórbidos (com IMC maior do que 40 kg/m²) ou diabéticos com IMC a partir de 35 kg/m².
Segundo Dr. Ricardo Cohen, coordenador do Centro de Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, as cirurgias para o controle do diabetes tipo 2, chamadas de metabólicas, envolvem principalmente a modificação do caminho dos alimentos pelo tubo digestivo. Evitando-se a passagem da comida pela porção inicial do intestino, existe imediata diminuição da resistência dos tecidos à ação da insulina, independente da perda de peso, configurando o que chamamos ação antidiabética direta dos procedimentos. Além disso, existe aumento de secreção de hormônios intestinais que regulam a fome e a saciedade e também melhorando a secreção de insulina pelo pâncreas. "Essa somatória entre menor ingestão de alimentos e aumento da saciedade leva ao emagrecimento, que é importante a longo prazo também para o controle do diabetes e de eventuais outras doenças associadas como a hipertensão, apneia do sono, entre outras.
No Brasil, a indicação da cirurgia metabólica em pacientes não obesos mórbidos, isto é com IMC menor que 35 kg/m² como opção terapêutica para controlar o Diabetes tipo 2 foi comprovada com uma pesquisa realizada em 2012, pelo IECS - Instituto de Educação e Ciências em Saúde do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, e coordenada por Dr. Ricardo Cohen, que demonstrou o controle da doença em 88% dos pacientes e com expressiva melhora em 11% com seguimento a longo prazo.
Outra pesquisa inédita está sendo coordenada pelo especialista e também realizada no IECS, com o objetivo de comprovar os benefícios do tratamento cirúrgico em comparação ao melhor tratamento clínico para doenças microvasculares decorrentes do Diabetes tipo 2, como as retinianas, renais e neuropatias. Com previsão de conclusão para 2015, a investigação inclui pacientes com história de Diabetes há 15 anos ou menos e com Índice de Massa Corpórea (IMC) entre 30 e 35 kg/m². A pesquisa está em fase de recrutamento. Os pacientes que atenderem aos critérios e tiverem interesse em participar devem entrar em contato pelo e-mail obesidade@haoc.com.br.
Sobre o Hospital Alemão Oswaldo Cruz
O Hospital Alemão Oswaldo Cruz, um dos maiores centros hospitalares da América Latina, é referência em serviços de alta complexidade, com foco em Doenças Circulatórias, Digestivas, Osteomusculares e Oncológicas. Fundado em 1897 por um grupo de imigrantes de língua alemã, o Hospital possui uma das maiores casuísticas do país e concentra seus esforços na busca permanente da excelência do atendimento integral, individualizado e qualificado ao paciente, além de investir fortemente no desenvolvimento científico, por meio do ensino e da pesquisa. Com mais de 96 mil m² de área construída, o Hospital dispõe de 327 leitos de internação, sendo 22 salas de cirurgia, 44 leitos na Unidade de Terapia Intensiva e Pronto Atendimento 24 horas. Além disso, oferece uma das mais qualificadas assistências do país e Corpo Clínico renomado, para que os pacientes tenham acesso aos mais altos padrões de qualidade e de segurança no atendimento, atestados pela certificação da Joint Comission International (JCI) - principal agência mundial de acreditação em saúde.

Nenhum comentário:

Postar um comentário