segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Colheita de café em 2015 deve ser inferior a 43 milhões de sacas

A seca de 2014 e deste início de ano já afeta os resultados da safra de café 2016, segundo a prévia da pesquisa da Fundação Pró-Café, encomendada pelo Conselho Nacional do Café (CNC). A expectativa do setor é que a colheita no ano que vem seja inferior a 43 milhões de sacas. A média é de 50 milhões.

O estudo que está sendo feito pela Fundação Pró-Café deve ser divulgado em fevereiro, confirmando a quebra da safra. Quem adiantou a notícia foi o próprio presidente do CNC, Silas Brasileiro, que lamenta a produção abaixo da média de 50 milhões sacas por ano. A expectativa para 2015 é que esse número não passe de 43 milhões de sacas. Para 2016, os resultados devem ser ainda piores.

– Nós tivemos uma safra 2014 de cerca de 43, 44 milhões de sacas. Agora em 2015, a nossa previsão é uma safra entre 40, 43 milhões de sacas e já temos esse número também pra 2016. Achamos que não vai passar de 43 milhões de sacas como teto máximo – calcula Brasileiro.

De acordo com o diretor do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a seca está cessando e os próximos três meses são de otimismo para os produtores do grão.

– Aonde você tem mais de 50% da produção de café, que inclui Minas Gerais, Bahia e Espírito Santo, a situação é favorável nas previsões de chuvas normais a um pouco acima no agregado dos três meses de fevereiro, março e abril – afirma Antonio Divino Moura, diretor do Inmet.

A seca não é o único fator que preocupa. Atualmente, os produtores contam com apenas um agroquímico para conter a broca do café, praga que altera o peso e a qualidade do grão. Isso porque a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu, em 2013, o uso de um item que controlava a doença com o custo de R$ 200 por hectare. O produto usado hoje custa R$ 1.200 por hectare. Os gastos com a lavoura estão maiores, mas o preço mínimo do café não acompanha as determinações.

O setor acredita que terá atendida a reivindicação pelo reajuste do preço mínimo do café. O valor não foi revisto no ano passado e o preço pago, de R$ 307 pela saca do café arábica, fica 10% abaixo do custo de produção, que era de R$ 343 por saca na última safra. Os produtores querem a atualização retroativa, com base nos custos de 2014 e de 2015.

– A ministra é realmente do campo, ela conhece o dia a dia da produção. Então, nós queremos uma correção esse ano, que cubra a diferença do ano passado e mais o aumento de preço que teve nessa produção agora, da safra de 2015 – solicita o presidente do CNC.

Para o presidente da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), Márcio Lopes, os efeitos na lavoura ainda não afetam os resultados das exportações de café no Brasil, mas podem gerar o risco de perda de clientes no exterior, me um futuro próximo.

– Acredito que, na balança comercial brasileira, nós não vamos ter grandes diferenças de afetar. O risco é que, se esse processo for mais continuado do que esses dois anos, você começa a perder clientes, o cliente começa a não contar com esse produto, começa a ter risco – antecipada o presidente da OCB.
Fonte: Fonte: Canal Rural (Manaíra Lacerda) via CCCMG
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