Nesta quinta-feira (12), dia em que se completa 10 anos do assassinato da Irmã Dorothy Stang, o ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA), Patrus Ananias, lembrou com carinho a trajetória de luta da missionária que sonhava ver os trabalhadores rurais retirando o sustento de suas próprias terras. “A irmã Dorothy foi uma pessoa comprometida com os pobres e com a luta pela reforma agrária. Nós recordamos sua memória lembrando também os avanços e as conquistas que tivemos no Brasil nos últimos anos, superando a fome, avançando no processo da reforma agrária e no apoio à agricultura familiar.”
Segundo Patrus, o Brasil ainda precisa superar o desafio da violência, valorizando a vida e fortalecendo ainda mais as ações de reforma agrária, impulsionando o desenvolvimento do País. “Precisamos cada vez mais no Brasil afirmar o direito primado à vida, à dignidade da pessoa humana, e nos contrapormos de forma vigorosa a todas as formas de violência”, disse o ministro Patrus Ananias.
“Com a aplicação efetiva do princípio da função social da propriedade, vamos levar terra para as famílias de agricultores que querem ter esse direito de contribuir para o desenvolvimento do nosso país e do nosso povo. Reafirmarmos esses compromissos é a melhor maneira de celebrarmos a memória da nossa inesquecível irmã Dorothy” concluiu o ministro, ao realçar que a discussão sobre o papel social da propriedade é fundamental para garantir um Brasil mais justo, com terra para aqueles que nela querem produzir.
Uma vida de luta pelos povos da Amazônia
A Irmã Dorothy Stang atuava na região Amazônia desde a década de 70. Em sua atividade pastoral e missionária, buscava a geração de emprego e renda com projetos de reflorestamento em áreas degradadas na região da Transamazônica. Seu trabalho focava-se também na redução dos conflitos fundiária na região. Quando foi assassinada em 12 de fevereiro de 2005, liderava um movimento com aproximadamente 500 famílias na região de Anapu (PA).
Defensora de uma reforma agrária justa e consequente, Irmã Dorothy mantinha uma intensa agenda de diálogo com lideranças camponesas, políticas e religiosas na busca de soluções duradouras para os conflitos relacionados à posse e à exploração da terra na região Amazônica, com o combate a grilagem e a extração ilegal de madeira. Irmã Dorothy também ajudou a fundar a primeira escola de formação de professores na margem da rodovia Transamazônica, que corta a cidade de Anapu.
Acesso à terra e qualificação dos assentamentos
Ao mesmo tempo, que o Governo Federal atua para reduzir o número de conflitos no meio rural, também fortalece as ações de acesso à terra pela reforma agrária e regularização fundiária, qualificando os assentamentos e aprimorando o acesso a políticas públicas.
Um trabalho conjunto do Incra com demais ministérios e órgãos dá garantia de que as áreas reformadas são viáveis para o desenvolvimento da agricultura de economia familiar - promovendo acesso à terra, energia elétrica, água, moradia, infraestrutura, assistência técnica, crédito, tecnologia e programas de compras institucionais.
As ações de infraestrutura desenvolvidas pelo Incra nos assentamentos da reforma agrária já atenderam mais de 156 mil famílias, entre 2011/2014. Neste período, foram construídos e reformados aproximadamente 14 mil quilômetros de estradas – o equivalente a duas vezes e meia a distância entre os rios Oiapoque e Chuí.
Desde 2011, foram assentadas aproximadamente 101 mil famílias e criados 481 novos assentamentos, incorporando 2,9 milhões de hectares à reforma agrária. Com a qualificação dos assentamentos, o Incra chega ao final de 2014 com 400 mil famílias assentadas recebendo assistência técnica, a maior cobertura de toda a história do Instituto.
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