terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Cooperativa reúne 22 comunidades quilombolas no Rio Grande do Sul para comercializar produção

Publicado dia 22/12/2015
“A união faz a força”. O ditado representa bem a nova realidade para as comunidades quilombolas do Sul do país. Foi formalizada a primeira cooperativa estadual que reúne grupos no Rio Grande do Sul, a Terras de Quilombo.
A iniciativa vai viabilizar o acesso das comunidades produtoras de alimentos a novos mercados de comercialização. A cooperativa reúne 22 comunidades quilombolas de quatro municípios. A sede será em Morro Redondo, a 296 quilômetros de Porto Alegre.
Para o coordenador-geral de Políticas para Povos e Comunidades Tradicionais do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Edmilton Cerqueira, a criação da cooperativa é um marco histórico para o Rio Grande do Sul.
“A entidade deve contribuir para ampliar o cultivo, a colheita, o beneficiamento, a comercialização desse grupo específico da agricultura familiar – as comunidades quilombolas – que vem ampliando a comercialização por meio de ações de inclusão produtiva em todo o estado”, destacou.
“Aproximadamente 75% dos alimentos que estão nas mesas dos brasileiros vêm da agricultura familiar. As comunidades quilombolas têm importante contribuição nesse processo e com a cooperativa, a produção de alimentos no país será ampliada ainda mais”, destaca Edmilton.
Segundo o coordenador-geral da Federação das Associações das Comunidades Quilombolas do estado (FACQ/RS), Antônio Leonel Soares, a iniciativa ganhou mais força ainda depois que o Grupo Hospitalar Conceição (GHC) abriu o primeiro edital para compra de produtos de comunidades quilombolas, em 2015.
“A iniciativa do GHC foi muito importante, motivou as comunidades que produziam e não tinham como escoar a produção. Com esse edital a gente achou um mercado certo. Dessa forma, podemos planejar e ter uma renda melhor para as famílias”, afirmou.
Experiência inédita
O GHC foi a primeira instituição pública a comprar alimentos produzidos em comunidades quilombolas, com a identificação de origem do Selo Quilombos do Brasil. Em média, são produzidas 270 mil refeições por mês para os pacientes, acompanhantes e funcionários do grupo.
Na primeira chamada, foram adquiridas quatro toneladas de alimentos produzidos em cinco comunidades quilombolas. Agora, a expectativa é que sejam compradas 146 toneladas de alimentos – um investimento superior a R$ 500 mil que beneficiará mais de 60 comunidades gaúchas.
“Para esses grupos, a compra institucional representa autonomia econômica. Essa é uma ação afirmativa de inclusão das comunidades quilombolas que produzem alimentos, que não tinham oportunidade de comercialização e ficavam sem visibilidade”, ressaltou a quilombola e representante da Participação Cidadã do GHC, Vera Beatriz Cruz.
Saiba mais
O Grupo Hospitalar Conceição (GHC) é formado por três hospitais, além de uma Unidade de Pronto-Atendimento (Upa), 12 postos de saúde, três Centros de Atenção Psicossocial (Caps), um Consultório de Rua e o Centro de Educação Tecnológica e Pesquisa em Saúde – Escola GHC.
O edital também está inserido no programa Brasil Quilombola, coordenado pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), que tem um dos eixos voltados à inclusão produtiva das comunidades.
A ampliação do projeto do GHC contou com a parceria do MDA, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Incra, Fundação Palmares, Federação Quilombola do Rio Grande do Sul e Emater-RS.

Texto e foto - Ascom/MDA
Título Ascom/Incra

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