A secretária executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Maria Fernanda Coelho, participou da inauguração do Projeto de Moradia Camponesa, desenvolvido pelo Movimento Camponês Popular (MCP) em parceria com os governos federal e estadual. Durante o evento, realizado nesta terça-feira (29), no município de Ouvidor (GO), a 315 quilômetros de Brasília, foram entregues 32 casas – 11 reformadas e 21 novas construções.
“O Movimento Camponês Popular conseguiu fazer uma articulação importante no estado, mobilizando a Caixa Econômica Federal, governo estadual, municípios, agricultores familiares. Das áreas rurais, o MCP tem, hoje, o maior números de moradias”, destacou a secretária.
Para Irames de Fátima Pereira da Silva, 59 anos, que foi uma das contempladas com o projeto, a entrega da casa nova representou uma conquista. “Estou muito feliz. A nossa antiga estava bem velha e quando chovia, era a mesma coisa que estar no terreiro, molhava tudo”, lembrou. Há dez anos, ela e o marido, Eurípedes Pereira da Silva, 61 anos, compraram a chácara onde vivem no município de Ouvidor (GO).
“Nossos filhos já se casaram, só nós dois vivemos aqui. A nossa casa não é nada chique, sabe? Mas eu achei bom demais, porque se não fosse esse movimento eu não iria conseguir fazer”, contou. Ela e o marido produzem, em apenas três hectares, milho e leite – de onde tiram o sustento diário.
A casa dela é uma das 986 unidades habitacionais contempladas pela iniciativa que estão em construção ou em reforma em todo o estado goiano. O coordenador do Projeto de Moradias do Movimento Camponês Popular (MCP), em Goiás, Dennis Gonçalves, salientou a importância da ação para os agricultores familiares.
“Essa é uma conquista muito grande para as famílias. Muitas vezes, devido a renda, a população do campo não consegue solucionar o problema de déficit habitacional. Então, por meio das organizações produtivas, os produtores têm a oportunidade de acessar as ações governamentais. Essa é uma das formas de garantir a qualidade de vida no campo, melhorando a moradia do camponês, tão importante para a vida de todos os brasileiros”.
Cada casa construída tem, em média, 80 m² e contou com subsídio de R$ 28 mil pelo governo federal e de R$ 10 mil pelo estadual. “As casas são construídas ou reformadas pelos próprios produtores, em mutirões”. Esse processo é conhecido por autoprodução assistida. “Não é contratado uma empreiteira. As famílias fazem um estágio com a demanda de materiais e tem o controle de todo o processo de construção”, ressaltou Dennis.
Convênio
Durante a entrega das casas, foi anunciado, ainda, um convênio entre o MDA e a Associação Estadual dos Pequenos Agricultores de Goiás para capacitação e organização econômica de mil mulheres. “A partir do próximo ano, serão ministrados cursos de formação e encontros, com o objetivo de fazer com que as mulheres conheçam melhor as políticas públicas, entre elas os programas de Alimentação Escolar (Pnae) e de Aquisição de Alimento (PAA)”, afirmou a diretora substituta de Políticas para Mulheres Rurais e Quilombolas (DPMRQ/MDA), Michela Calaça.
Para ela, “as mulheres no meio rural são responsáveis pela maior parte da produção usada para o sustento da família e, historicamente, trabalham, também, na produção dos alimentos voltados para o comércio. Mesmo assim, muitas vezes, elas não têm esse trabalho reconhecido. Esse trabalho contribui para autonomia econômica das mulheres e valorização desse público”.
Gabriella Bontempo
Ascom/MDA
Ascom/MDA
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