Argentina também foi alvo do grande grampo
A presidenta Kirchner pediu ao Mercosul que eleve seu protesto na reunião da semana passada. Dilma e seu chanceler já intercambiaram reclamações com Washington, que, por sua vez, dobra a aposta para recuperar Snowden. “Petróleo” e “energia”, duas das palavras que serviram como filtro para a captura de mensagens. Por Martín Granovsky, Página 12
Martín Granovsky – Página 12
Buenos Aires - A Argentina também foi alvo da espionagem exercida por organismos de inteligência dos Estados Unidos. Assim foi revelado terça-feira (9) pela investigação publicada no jornal O Globo, baseado em Edward Snowden, o denunciante e ex-empregado de uma empresa terceirizada da área, que ainda espera asilo no setor “em trânsito” do aeroporto em Moscou. A Presidenta Cristina Kirchner expressou sua reação durante o discurso no ato pela Independência (9 de julho): “Estão espionando a todos através de seus serviços e em meu próprio país só escuto silêncio”, disse.
Cristina Fernández de Kirchner se mostrou interessada em que a cúpula do Mercosul, que secionará na sexta-feira, realize uma denúncia da rede de espionagem montada pela Agência Nacional de Segurança e a Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos.
A Presidenta criticou aqueles que na Argentina denunciaram o chamado Projeto X, de suposta espionagem realizada pela Gendarmeria (guarda de fronteira. N. do T.) durante a gestão de Nilda Garré no Ministério de Segurança, e calam frente a coleta ilegal de dados por parte de organismos norte-americanos. “Claro, é mais cool a CIA que um gendarme”, ironizou a Presidenta, que há um mês atrás se desprendeu de Garré e a substituiu pelo ex-ministro de Defesa e ex-governador de Santa Cruz Arturo Puricelli.
O jornal O Globo já havia incluído o Brasil como um dos principais alvos de espionagem regional junto ao México, Colômbia e Venezuela.
No último domingo, o chanciller brasileiro Antonio Patriota expressou seu protesto ao embaixador dos Estados Unidos, Thomas Shanon. Shanon é um diplomata chave e antes havia sido encarregado para Assuntos Latino-americanos do Departamento de Estado. Outra das vias foi um protesto elevado pelo embaixador brasileiro em Washington, Mauro Vieira, ex-representante na Argentina durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. As palavras escolhidas por Patriota na primeira vez que falou em público, na feira do livro de Paraty, foram “grave preocupação”.
“O governo brasileiro recebeu com grave preocupação a notícia de que as comunicações eletrônicas e conexões telefônicas de cidadãos brasileiros estariam sendo objeto de espionagem por órgãos de inteligência norte-americanos”, disse o chanceler, que antes foi embaixador em Washington.
Patriota também anunciou que o Brasil elevaria o assunto às Nações Unidas e a um de seus organismos, a União Internacional de Telecomunicações, com sede em Genebra, para discutir a segurança e a privacidade de ligações e correios eletrônicos.
Segundo os jornais O Globo e The Guardian, este último do Reino Unido, a NSA teria utilizado uma empresa terceirizada estadunidense que por sua vez teria contratado uma empresa de telecomunicações com aceso ou base no Brasil para capturar os milhões de mensagens que utilizaram uma plataforma digital.
“O governo estadunidense está demonstrando disposição ao diálogo, o que considero animador, apesar de que tenhamos que aprofundar as discussões”, disse Patriota depois de seu primeiro protesto. Por sua vez, a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki, disse que planeja “continuar nosso diálogo com os brasileiros através dos canais diplomáticos”.
A própria Dilma Rousseff se mostrou cuidadosa, mas afiada. Disse que havia de enfocar o assunto “sem precipitação” e sem pré-julgar e, de imediato, explicitou que “a posição de Brasil é clara”. Ou seja: “Não estamos de acordo com interferências deste tipo, e não só no Brasil. Se houvesse participação de outros países e outras empresas que não as brasileiras, seguramente se configuraria uma violação da soberania. E também uma violação dos direitos humanos”.
O jornal El Tiempo, de Bogotá, salientou em sua edição de terça-feira que “um dos aspectos que se destacam nos documentos é que os EUA parece não estar interessado só em assuntos militares, mas em segredos comerciais”. Em uma listagem da NSA no primeiro semestre do ano, o filtro de busca é a palavra “petróleo” para as comunicações na Venezuela e “energia” para as mensagens capturadas no México.
Os programas utilizados foram Prism e Boundless Informant. Os dois permitem ter acesso a correios eletrônicos, conversas telefônicas e chats de usuários de Facebook, Google, Microsoft e YouTube. No caso da Colômbia, o objetivo mais procurado eram as referências às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, a guerrilha das FARC.
Segundo informou o jornalista Ignacio Ramonet na última edição do Le Monde Diplomatique, “um primeiro programa entrou em vigor em 2006” para “espionar todas as chamadas telefônicas que realizaram-se através da companhia Verizon”. Ramonet afirmou que só em março passado, considerando nada mais que a espionagem dentro dos Estados Unidos, foram interceptados “uns três bilhões de dados”. O universo de usuários mundiais da Internet é de dois bilhões de pessoas. A metade usa Facebook. Snowden disse que um mínimo de 550 analistas avaliam a informação capturada.
O El Tiempo de Bogotá analisou que “em março do ano passado, a Colômbia e a Venezuela voltaram a figurar fortemente entre os objetivos de espionagem, segundo os documentos da NSA” e emparelharam com o Brasil. “Foi no dia 5 deste mês, quando morreu o presidente Hugo Chávez. Era o fim do ciclo do chavismo. Começava um novo jogo político na América do Sul. Ainda que não seja possível saber quantas mensagens exatamente foram interceptadas na região, em uma escala dos mais espionados o Brasil está atrás dos Estados Unidos, que teve 2,349 bilhões de mensagens vigiados durante janeiro.”
Frio
“Senti um frio na coluna”, disse Cristina Fernández de Kirchner em Tucumán, após comentar a espionagem e o fato de que o presidente boliviano Evo Morales fosse tratado “como um ladrão” quando seu avião não recebeu autorização para pousar na Espanha, Portugal e França, uma vez que partiu de Moscou rumo a La Paz.
A presidenta argentina foi parte dos mandatários que viajaram a Cochabamba em solidariedade a Morales: José Mujica, do Uruguai; Rafael Correa, do Equador e Nicolás Maduro, da Venezuela. Dilma enviou seu conselheiro especial de assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia.
Os bolivianos fizeram um gesto recíproco. Apesar de que a data protocolar argentina no exterior seja o 25 de Maio, como o embaixador argentino na Bolívia havia organizado festejos culturais em La Paz com eixo no 9 de Julho, Morales e seu vice Alvaro García Linera foram anteontem até a embaixada.
Depois de agradecer Cristina, lembrou Juana Azurduy e Cornelio Saavedra. “Esta história nos une cada vez mais – falou Morales –. Eu diria que foi rapidamente a melhor homenagem, com desculpas de alguns embaixadores, aos guerrilheiros da independência, a nossos próceres da liberação, aos últimos homens que deram sua vida por esta pátria como Néstor Kirchner, é ser anticolonialista, porque a luta histórica de nossos povos é ser anticolonialista e antiimperialista.”
O caso Snowden e a espionagem sobre a América Latina se entrecruzam cada vez mais. As revelações sobre interceptação e captura de dados ampliam o debate sobre o assédio ao avião de Evo Morales. Ambas as coisas, por sua vez, se combinam com a pressão cada vez mais forte para que Snowden, de 30 anos e ex-empregado da terceirizada de inteligência Booz Allen, seja enviado aos Estados Unidos ou ao menos não receba nenhum tratamento amistoso. Jay Carney, porta-voz de Barack Obama, disse que “a única viagem que Snowden deve fazer é de regresso aos Estados Unidos para fazer frente à Justiça”, onde é procurado “por delitos graves”. É o primeiro pronunciamento público da Casa Branca após serem conhecidas as ofertas explícitas da Venezuela, Nicarágua e Bolívia de receber Snowden. Ofertas que obviamente requerem uma negociação internacional para que Snowden possa sair de Moscou e o avião que o transporte tenha as autorizações de sobrevoo das quais careceu Evo Morales, talvez como um aviso. Enquanto isso, Snowden está sujeito à uma vida de Tom Hanks no filme O Terminal, que recria o caso de um refugiado iraniano que viveu no aeroporto Charles De Gaulle entre 1988 e 2006, ou seja, 18 anos.
Na América latina, ou pelo menos fora da Argentina, a questão agitou não apenas os governos, mas dirigentes políticos à margem do oficialismo.
Por parte dos governos, o presidente peruano Ollanta Humala fez um chamado para que o Congresso de seu país investigue. Jorge Glas, vice-presidente do Equador, disse que os atos de espionagem “são inaceitáveis”. Pediu “explicações sobre as acusações e denúncias internacionais porque é preciso que haja transparência e respeito pelas normas internacionais e pelo marco jurídico que protege a privacidade das telecomunicações”.
Na Colômbia, os senadores Juan Manuel Galán e Camilo Romero reivindicaram que o governo de Santos, o maior sócio militar dos Estados Unidos na América do Sul e um dos maiores do mundo depois de Israel e Egito, eleve um protesto formal se for comprovado conduta irregular por parte da inteligência dos Estados Unidos.
No Brasil, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2003) disse que se os dados forem comprovados “o governo brasileiro deve protestar formalmente pela invasão de soberania e impedir que a violação de direitos tenha lugar, ainda que se saiba que os meios tecnológicos atuais dotam os Estados e também as organizações privadas, de instrumentos de apoderamento de informações que tentam escapar dos controles legais”.
O presidente da Federação de Indústrias do Estado de São Paulo Paulo Skaf, disse que “qualquer espionagem é condenável e um abuso, seja contra pessoas físicas ou contra empresas, cometa o governo que o cometa”. Disse que havia que esperar as respostas dos Estados Unidos ao documento brasileiro e que estas respostas deveriam esclarecer todas as dúvidas. “O governo norte-americano terá que fazer algum tipo de reparação”, afirmou também o presidente do centro empresarial mais poderoso da América do Sul.
Tradução: Liborio Júnior
Cristina Fernández de Kirchner se mostrou interessada em que a cúpula do Mercosul, que secionará na sexta-feira, realize uma denúncia da rede de espionagem montada pela Agência Nacional de Segurança e a Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos.
A Presidenta criticou aqueles que na Argentina denunciaram o chamado Projeto X, de suposta espionagem realizada pela Gendarmeria (guarda de fronteira. N. do T.) durante a gestão de Nilda Garré no Ministério de Segurança, e calam frente a coleta ilegal de dados por parte de organismos norte-americanos. “Claro, é mais cool a CIA que um gendarme”, ironizou a Presidenta, que há um mês atrás se desprendeu de Garré e a substituiu pelo ex-ministro de Defesa e ex-governador de Santa Cruz Arturo Puricelli.
O jornal O Globo já havia incluído o Brasil como um dos principais alvos de espionagem regional junto ao México, Colômbia e Venezuela.
No último domingo, o chanciller brasileiro Antonio Patriota expressou seu protesto ao embaixador dos Estados Unidos, Thomas Shanon. Shanon é um diplomata chave e antes havia sido encarregado para Assuntos Latino-americanos do Departamento de Estado. Outra das vias foi um protesto elevado pelo embaixador brasileiro em Washington, Mauro Vieira, ex-representante na Argentina durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. As palavras escolhidas por Patriota na primeira vez que falou em público, na feira do livro de Paraty, foram “grave preocupação”.
“O governo brasileiro recebeu com grave preocupação a notícia de que as comunicações eletrônicas e conexões telefônicas de cidadãos brasileiros estariam sendo objeto de espionagem por órgãos de inteligência norte-americanos”, disse o chanceler, que antes foi embaixador em Washington.
Patriota também anunciou que o Brasil elevaria o assunto às Nações Unidas e a um de seus organismos, a União Internacional de Telecomunicações, com sede em Genebra, para discutir a segurança e a privacidade de ligações e correios eletrônicos.
Segundo os jornais O Globo e The Guardian, este último do Reino Unido, a NSA teria utilizado uma empresa terceirizada estadunidense que por sua vez teria contratado uma empresa de telecomunicações com aceso ou base no Brasil para capturar os milhões de mensagens que utilizaram uma plataforma digital.
“O governo estadunidense está demonstrando disposição ao diálogo, o que considero animador, apesar de que tenhamos que aprofundar as discussões”, disse Patriota depois de seu primeiro protesto. Por sua vez, a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki, disse que planeja “continuar nosso diálogo com os brasileiros através dos canais diplomáticos”.
A própria Dilma Rousseff se mostrou cuidadosa, mas afiada. Disse que havia de enfocar o assunto “sem precipitação” e sem pré-julgar e, de imediato, explicitou que “a posição de Brasil é clara”. Ou seja: “Não estamos de acordo com interferências deste tipo, e não só no Brasil. Se houvesse participação de outros países e outras empresas que não as brasileiras, seguramente se configuraria uma violação da soberania. E também uma violação dos direitos humanos”.
O jornal El Tiempo, de Bogotá, salientou em sua edição de terça-feira que “um dos aspectos que se destacam nos documentos é que os EUA parece não estar interessado só em assuntos militares, mas em segredos comerciais”. Em uma listagem da NSA no primeiro semestre do ano, o filtro de busca é a palavra “petróleo” para as comunicações na Venezuela e “energia” para as mensagens capturadas no México.
Os programas utilizados foram Prism e Boundless Informant. Os dois permitem ter acesso a correios eletrônicos, conversas telefônicas e chats de usuários de Facebook, Google, Microsoft e YouTube. No caso da Colômbia, o objetivo mais procurado eram as referências às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, a guerrilha das FARC.
Segundo informou o jornalista Ignacio Ramonet na última edição do Le Monde Diplomatique, “um primeiro programa entrou em vigor em 2006” para “espionar todas as chamadas telefônicas que realizaram-se através da companhia Verizon”. Ramonet afirmou que só em março passado, considerando nada mais que a espionagem dentro dos Estados Unidos, foram interceptados “uns três bilhões de dados”. O universo de usuários mundiais da Internet é de dois bilhões de pessoas. A metade usa Facebook. Snowden disse que um mínimo de 550 analistas avaliam a informação capturada.
O El Tiempo de Bogotá analisou que “em março do ano passado, a Colômbia e a Venezuela voltaram a figurar fortemente entre os objetivos de espionagem, segundo os documentos da NSA” e emparelharam com o Brasil. “Foi no dia 5 deste mês, quando morreu o presidente Hugo Chávez. Era o fim do ciclo do chavismo. Começava um novo jogo político na América do Sul. Ainda que não seja possível saber quantas mensagens exatamente foram interceptadas na região, em uma escala dos mais espionados o Brasil está atrás dos Estados Unidos, que teve 2,349 bilhões de mensagens vigiados durante janeiro.”
Frio
“Senti um frio na coluna”, disse Cristina Fernández de Kirchner em Tucumán, após comentar a espionagem e o fato de que o presidente boliviano Evo Morales fosse tratado “como um ladrão” quando seu avião não recebeu autorização para pousar na Espanha, Portugal e França, uma vez que partiu de Moscou rumo a La Paz.
A presidenta argentina foi parte dos mandatários que viajaram a Cochabamba em solidariedade a Morales: José Mujica, do Uruguai; Rafael Correa, do Equador e Nicolás Maduro, da Venezuela. Dilma enviou seu conselheiro especial de assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia.
Os bolivianos fizeram um gesto recíproco. Apesar de que a data protocolar argentina no exterior seja o 25 de Maio, como o embaixador argentino na Bolívia havia organizado festejos culturais em La Paz com eixo no 9 de Julho, Morales e seu vice Alvaro García Linera foram anteontem até a embaixada.
Depois de agradecer Cristina, lembrou Juana Azurduy e Cornelio Saavedra. “Esta história nos une cada vez mais – falou Morales –. Eu diria que foi rapidamente a melhor homenagem, com desculpas de alguns embaixadores, aos guerrilheiros da independência, a nossos próceres da liberação, aos últimos homens que deram sua vida por esta pátria como Néstor Kirchner, é ser anticolonialista, porque a luta histórica de nossos povos é ser anticolonialista e antiimperialista.”
O caso Snowden e a espionagem sobre a América Latina se entrecruzam cada vez mais. As revelações sobre interceptação e captura de dados ampliam o debate sobre o assédio ao avião de Evo Morales. Ambas as coisas, por sua vez, se combinam com a pressão cada vez mais forte para que Snowden, de 30 anos e ex-empregado da terceirizada de inteligência Booz Allen, seja enviado aos Estados Unidos ou ao menos não receba nenhum tratamento amistoso. Jay Carney, porta-voz de Barack Obama, disse que “a única viagem que Snowden deve fazer é de regresso aos Estados Unidos para fazer frente à Justiça”, onde é procurado “por delitos graves”. É o primeiro pronunciamento público da Casa Branca após serem conhecidas as ofertas explícitas da Venezuela, Nicarágua e Bolívia de receber Snowden. Ofertas que obviamente requerem uma negociação internacional para que Snowden possa sair de Moscou e o avião que o transporte tenha as autorizações de sobrevoo das quais careceu Evo Morales, talvez como um aviso. Enquanto isso, Snowden está sujeito à uma vida de Tom Hanks no filme O Terminal, que recria o caso de um refugiado iraniano que viveu no aeroporto Charles De Gaulle entre 1988 e 2006, ou seja, 18 anos.
Na América latina, ou pelo menos fora da Argentina, a questão agitou não apenas os governos, mas dirigentes políticos à margem do oficialismo.
Por parte dos governos, o presidente peruano Ollanta Humala fez um chamado para que o Congresso de seu país investigue. Jorge Glas, vice-presidente do Equador, disse que os atos de espionagem “são inaceitáveis”. Pediu “explicações sobre as acusações e denúncias internacionais porque é preciso que haja transparência e respeito pelas normas internacionais e pelo marco jurídico que protege a privacidade das telecomunicações”.
Na Colômbia, os senadores Juan Manuel Galán e Camilo Romero reivindicaram que o governo de Santos, o maior sócio militar dos Estados Unidos na América do Sul e um dos maiores do mundo depois de Israel e Egito, eleve um protesto formal se for comprovado conduta irregular por parte da inteligência dos Estados Unidos.
No Brasil, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2003) disse que se os dados forem comprovados “o governo brasileiro deve protestar formalmente pela invasão de soberania e impedir que a violação de direitos tenha lugar, ainda que se saiba que os meios tecnológicos atuais dotam os Estados e também as organizações privadas, de instrumentos de apoderamento de informações que tentam escapar dos controles legais”.
O presidente da Federação de Indústrias do Estado de São Paulo Paulo Skaf, disse que “qualquer espionagem é condenável e um abuso, seja contra pessoas físicas ou contra empresas, cometa o governo que o cometa”. Disse que havia que esperar as respostas dos Estados Unidos ao documento brasileiro e que estas respostas deveriam esclarecer todas as dúvidas. “O governo norte-americano terá que fazer algum tipo de reparação”, afirmou também o presidente do centro empresarial mais poderoso da América do Sul.
Tradução: Liborio Júnior
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