segunda-feira, 22 de julho de 2013

Casamento inter-religioso acaba em mutilação - LÍBANO



Rabih Ahmad foi internado no Hospital Shahhar Gharbi, em Qabr Chamoun, distrito de Aley, após ter sido espancado e castrado pelos parentes de sua esposa, por ele (de crença sunita) ter se casado com Rudayna Malaeb (de crença drusa), sem o consentimento de seus pais. 

Rabih Ahmad, 39 anos, da aldeia de Hrar, em Akkar, foi encontrado inconsciente numa praça em Baysour, e socorrido às pressas, após ter sido espancado e ter tido seu órgão genital decepado. Após o atendimento emergencial, ele foi transferido para o Hospital Rafik Hariri, em Beirute, onde continua internado. 

De acordo com relatos, Rabih havia fugido com Rudayna, 19 anos, semanas antes, e o casal teria se casado em sigilo, diante de um Sheikh sunita, apesar da desaprovação da família Malaeb, de Baysour, em Aley. Na última segunda-feira (15), Rabih recebeu uma ligação da família da esposa, dizendo que eles queriam se reconciliar com ele, e o convidaram para jantar. 

Após o jantar, Rabih e Rawad Malaeb, irmãos de Rudayna, bem como o pai e outros parentes da moça, levaram Rabih Ahmad para uma área deserta próxima a Baysour, e o espancaram até deixarem-no inconsciente, e deceparam-lhe o órgão genital, além de esmagarem-lhe o saco escrotal.

O crime chocou a sociedade, e o Partido Socialista Progressista pediu para que os autores de tamanha brutalidade sejam responsabilizados, porque este tipo de comportamento, não corresponde com as tradições sociais e a ética, e não se justifica perante nenhuma norma, tradição, ou costume social ou religioso. Os irmãos Malaeb foram detidos para interrogatório, e o Promotor do Monte Líbano, Claude Karam, ainda irá interrogar os demais parentes envolvidos no crime bárbaro cometido pela família Malaeb.

A Agência Nacional de Notícias relatou outra versão da história acima descrita, dizendo que os parentes de Rudayna, descobriram que o casal recém-casado estava num chalé em Tabarja, região de Jounieh, e arrastaram Rabih Ahmad do chalé até Baysour, onde lhe cortaram o órgão genital e o atiraram na praça principal da cidade. 

A promotoria e o poder judiciário abriram inquérito para investigar minuciosamente o caso, que desencadeou uma torrente de críticas por parte dos próprios moradores de Baysour, que ficaram horrorizados, com o grau da barbaridade cometida contra um ser humano. 

Os Sheiks do Conselho Espiritual druso condenaram o crime horrível cometido contra Rabih Ahmad, e afirmaram ainda, que a grande maioria da comunidade drusa, também se posicionou contra o ocorrido. 


Claudinha Rahme
Gazeta de Beirute
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