O imposto sobre a importação do feijão foi zerado na última segunda-feira (24) pelo governo federal. O objetivo é suprir a falta de oferta do alimento no mercado brasileiro e evitar uma pressão inflacionária sobre esses itens alimentícios.
MST
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Produtos como farinha de mandioca, feijão, arroz e trigo, portanto, ficam entre os líderes de alta dos preços. “Claro que a seca no Nordeste influenciou os preços da farinha, mas a oferta relativa do produto vem reduzindo desde 1990”, acredita.
Dados da Abra apontam que, de 1990 para 2011, as áreas plantadas com alimentos básicos como arroz, feijão, mandioca e trigo declinaram, respectivamente, 31%, 26%, 11% e 35%. Já as de produtos do agronegócio exportador, como cana e soja, aumentaram 122% e 107%.
Em entrevista concedida à página do MST em abril deste ano, o pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Guilherme Delgado, disse que é preciso pensar melhor em como atender a demanda interna e externa para resguardar a estabilidade de preços nos produtos alimentares.
“Pensamos em resolver o equilíbrio externo, exportar a qualquer custo para obter superávit na balança comercial e o menor déficit possível na balança corrente. E o resíduo das exportações fica com o mercado interno para resolver as questões de estabilidade. Essa equação está equivocada e precisa ser reformulada”, afirmou Delgado.
Esse cenário faz com que o Brasil dependa de importações de alimentos básicos para suprir seu mercado interno. No ano passado, o país importou US$ 334 milhões em arroz, equivalente a 50% do valor aplicado no custeio da lavoura em nível nacional. No caso do trigo, o valor das importações foi de US$ 1,7 bi, duas vezes superior ao destinado para o custeio da lavoura, e a produção de mandioca atualmente é a mesma de 1990.
Na próxima quinta-feira, ele se reunirá com secretários de quatro estados produtores – Bahia, Goiás, Minas Gerais, além do Distrito Federal – para estudar medidas de incentivo à produção.
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