Harmonização financeira e em questões de segurança é desafio para comunidade duas décadas após fundação do bloco
Gabriela Néspoli
Gabriela Néspoli
Tempos de crise: Xenofobia, racismo e discursos protecionistas se alastram pela União Europeia
Segundo Thiago Rodrigues, professor de Relações Internacionais da Universidade Federal Fluminense, o momento atual do bloco é não só de crise financeira, mas, também, de tensão política. Para ele, os dois pilares que mantêm a coesão da União Europeia, as políticas financeiras e de defesa, estão fragilizados, uma vez que os principais atores do bloco divergem em termos que vão desde o apoio à Aliança Atlântica, em parceria com os Estados Unidos, até o suporte à invasão norte-americana no Iraque ou na Síria.
Rodrigues aponta para o fato de a crise atual fazer florescer algumas práticas, como o racismo latente e os discursos protecionistas. “Há uma securitização extrema de temas como o da imigração, e políticas xenófobas que já existiam vem ganhando espaço justamente por unirem as diferentes nacionalidades do bloco no temor ao estrangeiro, ao extracomunitário”, relata o professor.
Ele também ressalta a existência de uma divisão interna à própria unidade. Romenos e búlgaros, por exemplo, são tratados como “sub cidadãos” dentro da comunidade da qual seus países de origem são membros legítimos, sofrendo preconceito e se submetendo a péssimas condições trabalhistas.
Desde 2008, a taxa de desemprego da União Europeia disparou, atingindo a marca de 10,6% em setembro de 2013. Na Grécia, um dos países mais afetados com o colapso financeiro, o contingente de desempregados chega a ultrapassar 25%, de acordo com o Eurostat.
O país é palco de diversos levantes sociais, nos quais os jovens questionam as políticas de austeridade impostas pela Alemanha, no comando da União, e aceitas passivamente pelo governo grego.
“Os levantes gregos explicitam a fissura existente no bloco, pois estes jovens estão questionando não apenas as políticas de austeridade, mas o próprio modo de organização da grande união liberal-capitalista”, afirma Rodrigues.
Bloco
O bloco foi constituído em 1º de novembro de 1993, a partir da CEE (Comunidade Econômica Europeia), criada após a Segunda Guerra Mundial, e é constituído atualmente por 28 países: Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, Croácia, Dinamarca, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Estónia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos, Polónia, Portugal, Reino Unido, República Checa, Romênia e Suécia, sendo que somente 17 deles adotam o euro como moeda.
O bloco foi constituído em 1º de novembro de 1993, a partir da CEE (Comunidade Econômica Europeia), criada após a Segunda Guerra Mundial, e é constituído atualmente por 28 países: Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, Croácia, Dinamarca, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Estónia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos, Polónia, Portugal, Reino Unido, República Checa, Romênia e Suécia, sendo que somente 17 deles adotam o euro como moeda.
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