terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Letônia adota moeda euro

Edgar Welzel
País báltico de 2 milhões de habitantes é o 18º a filiar-se ao Grupo Euro, marcando sua volta definitiva à Europa­
A Letônia, com 2 milhões de habitantes e uma superfície que corresponde aproximadamente à soma da do Estado do Rio de Janeiro e a do Sergipe, é o segundo menor entre os três países bálticos. Situada entre a Estônia ao norte, a Lituânia e a Belarus ao sul, o Mar do Norte a oeste e a Rússia ao leste, este pequeno país europeu é o mais novo membro do Grupo Euro.
 
A Letônia que já se filiara à União Europeia (UE) e à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em 2004, só agora, à partir de 1° de janeiro de 2014 substituiu sua moeda, o lats, pelo euro como moeda oficial. O evento foi festejado na capital Riga com foguetório e grande euforia à meia-noite de 31 de dezembro, com a presença de José Manuel Barroso, presidente da Comissão Europeia, e demais altas autoridades da UE.
 
A Letônia é, dentro da UE com seus 28 países membros, o 18° país a filiar-se ao Grupo Euro. Dos 505 milhões de habitantes da UE, 333 milhões agora já usam a mesma moeda. Desde que se filiou à UE, a Letônia levou dez anos para adaptar a sua economia e as finanças e sentir-se apta para tornar-se membro pleno com a introdução do euro. “Para a Letônia o ano de 2014 será um ano histórico” disse Valdis Dombrovski, ainda primeiro-ministro, ao sacar uma cédula da nova moeda de um caixa-automático num banco, no centro de Riga, poucos minutos após a meia-noite de 31 passado.

Depois da adesão à UE e à Otan em 2004, a introdução do euro “é um passo lógico para a integração da Letônia nas democracias da mundo ocidental”, acrescentou Dombrovski que ainda continua no cargo depois de pedir demissão por ter assumido a culpa pela morte de 54 pessoas vitimadas pelo desabamento do teto de um supermercado na noite de 21 de novembro de 2013.
 
Segundo Ilmars Rimsevics, presidente do Banco Central da Letônia, “a introdução do euro significa muito mais do que apenas um câmbio de moeda pois só agora a Letônia retorna completamente à Europa”. Por outro lado o Grupo Euro ganha com a Letônia “um país que sabe trabalhar duro que, de momento, tem o maior crescimento econômico dentro da União Europeia e que com sua experiência bem pode contribuir nas gestões para solucionar crises em outros países”, enfatizou Rimsevics.
 
Em verdade a introdução do euro inicialmente tinha sido prevista para 2008. Em virtude da crise que atingiu aquele país báltico com um decréscimo de 25% em seu PIB, a Letônia, em fins daquele ano, estava à beira da bancarrota e a troca da moeda teve que ser postergada. Com drásticas medidas de austeridade e reformas no campo econômico a Letônia conseguiu superar os obstáculos e atender a todos os critérios exigidos por Bruxelas para a introdução da nova moeda.
 
José Manuel Barroso lembrou “os grandes e especiais esforços que a Letônia teve que fazer antes de tornar-se membro do Grupo Euro; é esta uma mensagem de confiança para outros países que também terão que submeter-se a reformas econômicas, financeiras e estruturais”, disse o presidente da CE.
 
Quanto aos dois outros países do Báltico: a Estônia já aderiu ao euro em 2011 e a Lituânia está dentro dos preparativos para introduzi-lo em 2015. Assim as três pequenas repúblicas bálticas que, em sua agitada história, ora pertenciam à Ordem Teutô­nica (OT) que remonta ao ano de 1190, ora à Noruega, ora à Suécia, à Rússia, à Polônia e, até 1991, ao Império Soviético, estão reintegradas, estão de volta às suas origens, na Europa Ocidental. 

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